Em tempos de guerra pela audiência, tempos em que as emissoras de canal aberto se digladiam por causa do Ibope, é grande a responsabilidade quando um ator ou uma atriz é escalado para protagonizar uma novela, principalmente se ela for exibida na faixa das nove da noite, chamada de “horário nobre”.
E foi encarando este desafio que Débora Falabella entrou na pele da Rita/Nina, personagem que tem a missão de conduzir a história de “Avenida Brasil”. É bem verdade, que ao redor de Débora Falabella “gravitam” outras estrelas, tais como Adriana Esteves, Marcello Novaes, Murilo Benício, Cauã Reymond e Vera Holtz, para citar apenas alguns dos principais.
E falando um pouco sobre o andamento da história de “Avenida Brasil”, o jogo poderá virar contra Nina (Débora Falabella) nos próximos capítulos, à medida que Carminha (Adriana Esteves) passa a desconfiar e descobre que ela é Rita. E a especulação quanto aos segredos do passado continuam. O pai de Rita, Genésio (Tony Ramos) poderá não ser tão bom quanto pareceu até agora e isto será como uma bomba na vida de Rita/Nina.
A personagem é complexa e tem exigido de Débora Falabella muito profissionalismo afinal numa mesma cena, ela tem que mostrar diferentes emoções, como se fosse uma personagem dentro da outra. Isso não é para qualquer artista.
Outro desfecho que não está descartado é que o telespectador seja surpreendido com a revelação do lado vilão de Nina, ou seja, Carminha é mesmo o que todos já viram, mas Nina seria tão maldosa, ou mais do que ela. Se bem, que todos apostam num final feliz para Nina e Jorginho (Cauã Reymond), no qual Nina desistiria de sua vingança enquanto que Carminha e Max (Marcello Novaes) teriam um merecido castigo vindo pelas mãos de Tufão (Murilo Benício).
Débora Falabella nasceu em Belo Horizonte, no ano de 1979 e a carreira artística começou quando ela ainda era uma menina, no teatro amador. Era uma atriz nata, mas buscou aperfeiçoamento através de cursos específicos. A grande chance apareceu quando se inscreveu para um teste que buscava atores mineiros promovido pela Globo. Passado algum tempo, foi chamada pela emissora, fez novos testes e ganhou um papel em “Malhação”. Isso aconteceu em 1998. No entanto, não foi naquele momento que a carreira deslanchou. Acabando a participação na novelinha global, voltou para Belo Horizonte e uma outra chance em novelas apareceu em “Chiquititas” no SBT. Nova maratona de testes, Débora ganhou o papel de Estrela na produção que viraria marca registrada da emissora de Sílvio Santos.
Em 2001, a atriz ganhou um contrato com a Globo e daí foi um trabalho atrás do outro. Vale a pena lembrar de alguns momentos marcantes na carreira da artista; ela ganhou projeção quando interpretou a Mel Ferraz, em “O Clone”, através da qual Glória Perez levantou a bandeira da dependência química na adolescência. A doce Duda foi seu papel em “Senhora do Destino” que ditou a moda das presilhinhas nos cabelos e pulseiras de lacinhos, sem contar as blusas fluidas e com rendas. Assim que encerrou a novela, Débora Falabella foi desafiada a viver Sarah Kubitschek quando jovem na minissérie “JK” que contou a trajetória do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Dona Sara foi uma mulher forte e de opiniões próprias perfeitamente demonstradas através da performance da atriz.
Deslanchando na carreira, Débora Falabella teve a oportunidade de protagonizar um folhetim quando foi chamada para ser a Sinhá Moça, na novela homônima exibida na faixa das seis da tarde. E assim, a atriz foi mostrando do que era capaz. Depois de “Sinhá Moça”, vieram mais duas novelas, “Duas Caras” e “Escrito Nas Estrelas”, além de seriados e participações especiais.
Além da televisão, Débora Falabella atua no teatro e no cinema. Nos palcos, até agora, estrelou cinco espetáculos, e no cinema, foram doze filmes, sendo o último “Meu País”, produzido no ano passado.
Débora Falabella tem uma aparência meiga, mas de frágil ela não tem nada. Muito discreta, dificilmente é vista em badalações ou o seu nome é ligado a fofocas ou escândalos. Praticamente nascida numa família de artistas, no ano de 2005 casou-se com o músico Chuck Hypolitto; eles ficaram juntos durante quase seis anos e desta união nasceu Nina, que atualmente tem três anos de idade. A atriz não fala de sua vida pessoal e tampouco expõe a menina e preserva a sua intimidade. Ela é irmã de Cinthia Falabella, que fez a Estela em “Aquele Beijo”. As duas são muito parecidas fisicamente, tanto que em “O Clone” Cinthia substituiu Débora em algumas cenas, e também na maneira de agir. Cinthia também é muito discreta quanto aos assuntos pessoais.
Depois de protagonizar um folhetim mostrado em horário nobre, Débora Falabella terá sua carreira coroada e certamente ficará muito tempo na lista dos talentos da dramaturgia brasileira.