Meia revela carinho especial pela Alvinegra, mas fala em permanecer alguns anos nos Emirados Árabes por vantagem financeira
Fábio Ferreira
Vindo do Lajeadense-RS para a fase final da Série A3, o meia Paulo Josué fez apenas 8 jogos com a camisa da Votuporanguense. E foi o suficiente para virar ídolo. Clássico camisa 10, meia habilidoso, canhoto, ele não precisou de muito tempo para cair na graça do torcedor com o bom futebol em campo. Gols foram apenas um, mas passes...
Atualmente nos Emirados Árabes Unidos, ele conversou com nossa reportagem e garantiu que apesar do carinho especial pelo CAV, "sempre quis uma oportunidade nessa parte do mundo, estou muito feliz e pretendo passar mais alguns anos por aqui", revelou.
Paulo Josué assinou contrato com o Dibba Al-Hisn Sports Club, da cidade de Dibba Al-Hisn, distante cerca de 100km de Dubai. O time disputa a segunda divisão dos Emirados Árabes Unidos. Na semana que vem Paulo Josué e seus colegas começam perseguir o sonho de acesso a Liga principal do país.
"É um campeonato muito valorizado. Os Sheiks aqui investem muito dinheiro no futebol. Eles dão a melhor estrutura possível para jogadores e funcionários do clube", comentou o ex-camisa 10 do CAV na Série A3.
O meia comentou sobre o interesse da direção do CAV em contar com seu futebol para a Série A2, mas disse que por questões pessoais optou pelo futebol estrangeiro. "Houve contato antes de ter vindo para os Emirados, mas como já estava bem encaminhado minha situação resolvi dizer não e vir pra cá".
Para o torcedor que ainda sonha em ver o meia vestindo a camisa da Alvinegra, Paulo Josué encerrou o bate-papo com a seguinte frase: "Se estivesse no Brasil certamente estaria aí".
Bate-Bola
A Cidade: Como foi a adaptação em um país com uma cultura tão diferente da nossa?
Paulo Josué: Adaptação foi um pouco chata pelo fato de ser um país extremamente quente. Não estava acostumado a tanto calor, a língua, e os costumes do povo árabe também foram um desafio, mas já estou super adaptado à isso. Não falo árabe, mas consigo me virar com o inglês.
A Cidade: Como é a cidade em que vive?
Paulo Josué: A cidade é pequena e não temos muito que fazer por aqui além de treinar. Sempre que dá, pego a família e vou conhecer os pontos turísticos de Dubai que é sem dúvidas a cidade mais bacana que já conheci, existem inúmeras coisas a se fazer por lá.
A Cidade: E o futebol praticado no mundo árabe, é muito diferen te daqui?
Paulo Josué: Futebol não é tão intenso e disputado como no Brasil, mas o dinheiro é muito bom aqui e pretendo permanecer algum tempo. Sei que a vida de jogador é curta, quero ganhar o máximo de dinheiro que puder pra mais na frente poder estar em uma situação melhor pra mim e as pessoas ao meu redor.
A Cidade: Pode contar alguma história engraçada desde sua chega nos Emirados Árabes?
Paulo Josué: Eles têm o costume de se cumprimentar dando uma narigada um no outro, tipo beijo de esquimó que brincamos no Brasil. Quando vi aquilo, achei que iriam se beijar (risos). Era muito engraçado no começo, agora até eu já estou cumprimento assim. Eles fazem isso com pessoas queridas.
A Cidade: Já disputou jogos oficiais pelo Dibba Al-Hisn Sports Club?
Paulo Josué: Jogamos uma espécie de Copa do Brasil, mas sem mata-mata, era todos contra todos e classificavam duas equipes. Acabamos ficando em 4º, mas foi muito bom para o time entrosar e treinar para a Liga, que é o campeonato mais importante pro clube. Na Copa fiz seis gols. O trabalho está sendo bem feito.
A Cidade: Tem outros jogadores brasileiros no clube?
Paulo Josué: Temos a comissão técnica toda do Brasil (técnico Fábio Maciel) e mais um jogador brasileiro (Paulo Simionato). O brasileiro aqui é muito bem visto no meio do futebol, os árabes como gostam muito e tem muito dinheiro sempre trazem brasileiros pra ajudá-los.
A Cidade: Tem acompanhado as contratações do CAV para a Série A2?
Paulo Josué: Venho acompanhando pelas redes sociais, mas muitos atletas não conheço. Mesmo assim acredito que com o professor Marcelo devam se sair bem novamente, um cara que jogou bola muito tempo sabe muita coisa e tem um coração enorme. Se os jogadores abraçarem ele como abraçamos, eles sem dúvidas vão montar um grupo forte pra série A2.
A Cidade: Para encerrar, você pretende voltar um dia para a Votuporanguense?
Paulo Josué: A possibilidade existe pra qualquer jogador sempre. Acredito que deixei uma porta aberta no clube. Claro que não adianta só eu querer voltar, também depende da direção e do treinador que estiver no comando. O clube vem se estruturando e ,sem dúvidas, se seguir com esse pensamento muitos irão querer jogar no CAV.