O ex-presidente do Corinthians garantiu não ter conhecimento sobre irregularidades nos repasses da construção do estádio
Andrés Sanchez afirmou não ter ciência sobre qualquer repasse ilegal
Diante da suspeita sobre o pagamento de propinas da construtora Odebrecht nas obras da Arena Corinthians, o deputado federal (PT-SP) ex-presidente do clube, Andrés Sanchez, afirmou não ter ciência sobre qualquer repasse ilegal na construção do estádio.
"Não é verdade, ou eu pelo menos nunca soube. E para mim nunca teve [propina]. E se teve também quero saber, para conseguir um desconto no valor da obra. A arena vai custar menos", disse Sanchez à Folha.
A investigação veio à tona na manhã desta terça-feira, na deflagração da 26ª fase da Operação Lava-Jato. Denominada Operação Xepa, a fase investiga o pagamento de propinas pela Odebrecht em obras públicas, como o Itaquerão. As descobertas aconteceram a partir da apreensão de planilhas de controle dos pagamentos de propina da construtora.
Citado na investigação, o atual vice-presidente do Corinthians, André Luiz Oliveira (André Negão), foi levado pela Polícia Federal para depor em condução coercitiva na manhã desta terça. Durante as buscas em sua casa, os agentes federais encontraram armas e prenderam o dirigente por porte ilegal dos equipamentos.
Para Sanchez, que exerceu o cargo máximo no Timão justamente durante a construção do estádio inaugurado em 2014, o clube não tem nada a temer. O deputado aproveitou para pedir a apuração dos fatos rapidamente, para identificar e punir possíveis culpados.
"Espero que se investigue logo tudo para pôr fim nessas especulações. Se alguém fez merda, que se pague. Não tenho nada a temer, nem o Corinthians, nem a Arena", acrescentou.
A Arena Corinthians custou cerca de R$ 1,1 bilhão, dos quais cerca de R$ 400 milhões foram financiados pelo BNDES e R$ 250 milhões foram custeados por empréstimos ao clube e à Odebrecht. O valor restante deve ser pago com a venda de papéis emitidos pela Prefeitura de São Paulo, como incentivos fiscais.