De acordo com o diretor da Alvinegra, Marcelo Mello, o saldo financeiro do CAV após a Série A2 é muito ruim
Baixo público nos jogos na Arena Plínio Marin também prejudicou as finanças do clube (Foto: Rafael Nascimento/CAV)
Daniel Castro
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Passada a disputa do Campeonato Paulista da Série A2, fica o sentimento de que o CAV fez uma boa competição, mas em relação às finanças o balanço é extremamente negativo e a Votuporanguense praticamente pagou para jogar.
Marcelo Mello, diretor da Alvinegra, explicou que o balanço financeiro do CAV após a disputa da Série A2 é bastante negativo. Quando a questão são os gastos, ele lembra que o clube conta, além das remunerações dos atletas, com a folha salarial da comissão técnica, composta por cerca de seis profissionais e do escritório com mais cinco pessoas. Por outro lado, não há um jogo em que a Alvinegra consiga “pagar o estádio”. “Para abrirmos a Arena hoje são R$ 7 mil, e qual foi a renda que deu R$ 7 mil?”, questionou. A realidade apontada pelo dirigente é que atualmente o CAV praticamente paga para jogar.
Sobre patrocínios, ele explicou que o número de colaboradores hoje é 50% menor do que há quatro anos; enquanto isso, os custos somente aumentaram – quase dobraram. “Então, não tem como fechar a conta. Nós temos compromissos assumidos até dezembro, e eu não sei... Vamos ver o que fazer”, contou.
Marcelo destacou ainda que em relação às finanças o que realmente acontece é algo bastante diferente do que a maioria pensa. “Vocês não têm ideia de quanto é difícil colocar aquele time dentro de campo, e com cinco minutos de jogo ver um cara xingando. Dói muito”, contou. Ele lembrou que em determinado momento um ou outro dirigente chegou até a perder um pouco do controle com um torcedor que logo no início do jogo começou a ofender o técnico Rafael Guanaes. “Avisamos que ele estava xingando o treinador errado”, acrescentou.
O diretor explicou que é crítico em algumas situações que envolvem o futebol, mas garante que está aprendendo cada dia mais. Ele observou que a modalidade é o único esporte vendido como espetáculo e entretenimento, porém onde a pessoa frequenta para xingar. “Você não vai no teatro e xinga um cara; no basquete, é mais difícil; no vôlei, é quase impossível; no judô, é inadmissível. No futebol, é normal, então temos que nos adequar, mas nós vemos tantos exemplos de torcidas que cantam, vibram, vão junto, e no final o time perdeu, eles vaiam e xingam”, falou.
O dirigente entende que o público nos jogos da Votuporanguense em casa foi baixíssimo, no entanto é algo previsível por conta do horário dos jogos. Ele citou como exemplo um jogo contra a Portuguesa, às 11h. “No pela, esse horário é bastante quente, então tem que gostar muito da Votuporanguense porque a situação é difícil”, apontou.
Marcelo revelou que seu sonho é ver a Arena Plínio Marin toda pronta para o time mandar seus jogos na sexta-feira à noite, como acontece, por exemplo, com o XV de Piracicaba. “O pessoal sai do serviço e já vai para lá”, disse.