De acordo com a Secretaria de Saúde, epidemia de dengue já registra os mesmos números da de 2015, considerada a pior da história do município.
Aedes aegypti transmissor da dengue — Foto: Rodrigo Méxas e Raquel Portugal/Fundação Oswaldo Cruz/Divulgação
O balanço divulgado pela Secretaria de Saúde de São José do Rio Preto (SP), nesta sexta-feira (31), comprova que o município vive uma epidemia de dengue muito parecida com a do ano de 2015, a pior da história da cidade.
Ao todo, 11 mortes foram confirmadas neste ano, exatamente a mesma quantidade de moradores que tiveram a doença e não resistiram aos sintomas ou morreram por causa de complicações em 2015.
Na época, 21.839 casos positivos foram registrados. Enquanto nos cinco primeiros meses de 2019, 17.883 pessoas já foram infectadas pelo vírus do Aedes aegypti, também transmissor da zika e chikungunya.
“Mesmo com os óbitos, ainda estamos com uma taxa de mortalidade bem menor do que esperávamos para uma epidemia. Isso é resultado da experiência dos profissionais da saúde e pela estrutura que foi montada no município”, explica Izalco Nuremberg, gerente da Vigilância em Saúde.
De acordo com Izalco Nuremberg, a cidade vive a epidemia do tipo dois, a do vírus mais severo. A última vez que isso aconteceu na cidade foi em 2001, há 18 anos.
“Estamos vivendo uma epidemia do tipo dois da doença. Ele é um vírus bastante agressivo. Portanto, já esperávamos um maior número de casos graves. As pessoas quando pegam a infecção de dengue novamente, por um outro tipo de vírus, a reação do organismo é bem severa”, diz.A Secretaria de Saúde de Rio Preto anunciou, nesta quarta-feira (29), o fechamento do Centro de Hidratação que funcionava na região norte do município.
Com isso, os atendimentos passaram ser feitos somente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) devido à redução nos números de infecção e internação.
“A tendência é uma queda no número da transmissão. Nós já observamos uma queda também nas internações. Com o clima esfriando, a tendência é diminuir mais ainda”, explica Izalco Nuremberg.
Ao analisar a evolução da dengue mês a mês, é possível entender melhor como o aparecimento de novos casos começa a reduzir agora, nos períodos de tempo mais seco.
Situação bem diferente dos primeiros meses de 2019. De janeiro para março, foram quase 10 mil novos casos. Até o fim do mês, Rio Preto tinha 11.920 confirmados.
A diferença entre fevereiro e março também chama a atenção: o número de registros quase dobrou. Agora, a evolução da doença começa se estabilizar já que, nos últimos 30 dias, foram pouco mais de 2.500 novos casos.
“As ações continuam. Continuamos pedindo a colaboração da população para a retirada dos criadouros. Semana que vem, temos uma série de atividades educativas com as crianças para podermos começar o trabalho na base da sociedade”, explica Izalco Nuremberg.