Considerado um dos mais antigos de Votuporanga, o local hoje é sinônimo de progresso, graças aos pioneiros da região
Bairro cresceu e conta com inúmeras residências e estabelecimentos comerciais
Isabela Jardinetti
isabela@acidadevotuporanga.com.br
A Vila Marin, mais conhecida por São Bento, por causa da praça e da igreja, é um dos bairros mais antigos de Votuporanga. A Prefeitura não tem registros do início do bairro, mas o prolongamento é de 1968 e tinha 34 lotes.
A área era basicamente pasto, com poucas casas construídas na época. A senhora Carmem Ortega Arais Furlani, de 86 anos, mora na rua Tibagi há 54 anos. Foi casada com Dante Furlani (in memoriam), teve cinco filhos, oito netos e quatro bisnetos. Viu de perto o crescimento do bairro e contou um pouco sobre a Vila Marin. “Não tinha asfalto naquele tempo, e tudo era longe, só tinha uma vendinha bem pequena, depois só a Casa Brasil e a Casa do Pedro Bortoloti. Hoje está muito melhor, com muitas construções ao redor da minha casa”, disse.
A loja de utilidades na época era o armarinho do senhor Walter, que depois ficou conhecido por Walter da Soberana, que era o nome do seu armarinho que ficava bem no cantinho da praça São Bento, onde hoje é a sorveteria Cremão.
Quando faltava alguma coisa na dispensa todos recorriam à Casa Horizonte, mercearia de Donato Larindondo (in memoriam) e sua esposa, Irene Ortega Laridondo, que hoje tem 85 anos. “Trabalhei 35 anos atrás do balcão, naquele tempo era venda, pois não havia supermercado. Tínhamos máquina de arroz, máquina de café e debulhadeira de amendoim”, contou Irene.
O grande armazém ajudava os pequenos e médios produtores rurais fornecendo adubos, semente e outros bens para receber apenas a colheita. Irene mantinha o fogão à lenha aceso cozinhando para as pessoas que chegavam. “Eu ascendia o fogão às sete da manhã e só apagava na hora de ir dormir”, disse a senhora.
Ela também falou que as casas do bairro eram pequenas e o asfalto chegou no local graças a gestão de seu marido como vereador. “Donato foi vereador por quatro vezes, além de termos a mercearia, que vivia cheia de gente, que nem dávamos conta de atender”.
Irene se sente feliz em poder ter contribuído, junto ao seu esposo, com um ‘pedaço’ da cidade. “Junto com nossos amigos, éramos uma turma simples, mas muito trabalhadora, a maioria não tinha estudos, mas o que falávamos era garantido”, comentou Irene, que teve quatro filhas, 10 netos, e 12 bisnetos.