Prefeitura de Votuporanga aposta em atividades lúdicas em horários opostos das salas de aula para garantir alfabetização
Aprender matemática ou português brincando. É dessa forma que estudantes das escolas da Prefeitura de Votuporanga conseguem sanar os problemas no aprendizado. O Projeto Reforço Escolar, da Secretaria Municipal da Educação, oferece aulas no contraturno para os alunos com maior dificuldade de aprendizagem e com atendimento mais individualizado. As atividades do reforço proporcionam uma revisão diferente do conteúdo dado em sala de aula. Bingos, caça-palavras, jogos com palitos de sorvete são alguns dos materiais utilizados pelo professores.
No Centro de Educação Municipal (CEM) “Profª Neyde Tonanni Marão”, a professora Cintia Gabriela F. Andrade, utiliza alguns desses materiais para auxiliar na alfabetização. “É um jeito diferente de aprender, pois chamam a atenção e as crianças podem ver o conteúdo passado em sala de aula nas brincadeiras”, afirma.
Cintia explica que alunos encaminhados para as aulas de reforço passam por uma avaliação prática e teórica. “O objetivo é saber quais são as suas dificuldades e quais são as noções que possuem”, disse. Ela ressalta, porém, que o trabalho vai além. “Também nos preocupamos com o socioemocional dos estudantes. Às vezes, o que precisam são de motivação. Com este atendimento mais individualizado, eles criam confiança em si mesmos”, disse.
O Projeto Reforço Escolar atende, geralmente, oito crianças de séries diferentes. Para os estudantes do 5º ano do ensino fundamental são quatro aulas por semana. Já para os demais anos, duas. “Mas são horários flexíveis e trabalhamos de acordo com a necessidade de cada um”, explica a professora.
A secretária da Educação, Silvia Rodolfo, ressaltou a importância destas aulas. “Temos muitos alunos vindos de outros estados e municípios, além dos que já frequentam nossas escolas, com dificuldade de aprendizagem em grupo. Eles necessitam de um trabalho individualizado e específico para cada disciplina. São crianças que possuem alguma defasagem na aprendizagem e que, com o reforço, conseguem acompanhar as aulas. Assim, conseguimos equiparar o nível de conhecimento da classe e promover interação social”, enfatizou.
Chryvilland Fabiano da Silva Garcia de Oliveira, de 11 anos, estudante do 5º ano, está no programa desde fevereiro e não sabia ler. “Eu não conseguia ler e mal escrever. Agora consigo”, afirmou. Orgulhoso, Chryvilland conta que lê o jornal. “Eu gosto daqui, é legal”, complementou.
Edson Ruan Serra, de 10 anos, veio do Maranhão há seis anos. “Eu tinha muita dificuldade em ler, mas agora consigo”, afirmou. O seu colega de classe, Thiago Wilson Santo e Silva, de 13 anos, veio do Pará. “Eu tinha problemas com escrita e leitura. Agora, estou conseguindo acompanhar as aulas e ler jornal”, contou.