Tablets e celulares estão mudando a maneira como as pessoas leem, com consequências para o corpo.
O celular é a pior opção, em termos de postura. Especialistas ouvidos pela reportagem recomendam que a leitura na telinha do telefone não ultrapasse 20 minutos.
"Ao ler no celular, projetamos a cabeça excessivamente para frente, o que acaba gerando uma hipolordose cervical, que é a retificação da curvatura do pescoço", explica o quiropraxista Luiz Miyajima, da QuiroVida.
Com o tempo, a hipolordose desgasta o disco intervertebral, amortecedor que fica entre cada vértebra da coluna, o que pode gerar uma hérnia de disco.
Entre livros e tablets há uma ligeira preferência pelos primeiros.
"Livros são mais anatômicos, porque incentivam a leitura com as duas mãos apoiadas nas laterais do volume, diferentemente do tablet, que tende a ser segurado com uma mão só na parte de baixo", explica Victor Liggieri, fisioterapeuta e autor de "De Olho na Postura" (Summus, 128 págs., R$ 39).
Tablets leves e de tela fosca, como o "Kindle" convencional, são melhores para a postura, porque evitam o cansaço dos braços e da vista.
As grandes vantagens dos leitores digitais em relação aos livros físicos são o peso menor e a possibilidade de escolher o tamanho da letra (não força a visão e evita que o aparelho fique perto demais do rosto).
A postura ideal para uma leitura longa é aquela clássica: a pessoa sentada diante de uma mesa com o livro ou o tablet apoiado em um suporte que deixe o texto na altura dos olhos.
"Eu sei que nem sempre contamos com toda essa infraestrutura e muitos precisam fazer leituras apressadas no ônibus, mas esse é o jeito certo de ler por muito mais tempo e evitar dores", afirma Daniel Jorge, ortopedista e membro da Sociedade Brasileira de Coluna.
PRODUTIVIDADE
Suportes para livro também podem ser usados com o tablet. Uma unidade custa cerca de R$20 em livrarias virtuais. Esse acessório permite que o material fique alinhado aos olhos sem que a pessoa canse os braços.