A Globo coloca no ar dois seriados que têm como cenário o cotidiano do brasileiro
A próxima semana traz novidades para o público-fã da Globo; a emissora promete estrear dois novos seriados na quinta-feira, dia 01 de novembro, logo depois de “A Grande Família”. Esta é mais uma iniciativa que a emissora implantou no ano passado, ou seja, exibir histórias de curta duração e que prendam a atenção do telespectador.
Uma dessas histórias será “Como Aproveitar o Fim do Mundo”, protagonizado por Alinne Moraes, Danton Mello e Nelson Freitas. Escrito por Alexandre Machado e Fernanda Youg, o seriado contará a história de duas pessoas em um improvável caso de amor. É um romance que já nasce com uma data pra acabar, e, diferente dos demais, não projeta nada para o futuro. Ao mesmo tempo em que terá humor, terá também certa melancolia, mostrando como duas pessoas estranhas e solitárias encontrarão uma maneira de encarar o fim do mundo.
Diante de uma Kátia (Alinne Moraes) decidida e com sua lista de pendências para zerar até o derradeiro fim, Ernani (Danton Mello) terá experiências inusitadas; desde estourar o limite do cartão de crédito a beijar na chuva, ele viverá situações jamais imaginadas. E, sem perceber, vai ajudar Kátia a encarar melindres pessoais e resolver outras questões também.
Kátia é esotérica e consegue convencer ao cético Ernani que o mundo realmente vai se acabar o dia 21 de dezembro. Assim, a dupla decide aproveitar como puder o tempo que resta, mas não contavam que se apaixonariam e é aí que está o impasse porque é um amor sem futuro.
“Como Aproveitar o Fim do Mundo” terá a participação especialíssima de Nelson Freitas.
O outro seriado é “Suburbia”, produção que traz uma história densa, que bem poderia ser real e protagonizada por atores desconhecidos da grande mídia, mas que têm muito talento a mostrar. Na verdade, Suburbia é uma mulher vivida por Débora Letícia Nascimento, quando adolescente e por Erika Janusa, quando adulta.
Tudo começa quando Conceição (Débora Letícia Nascimento) foge de casa num trem de carga e tem como destino o Rio de Janeiro. É encontrada perambulando pelas ruas e levada a uma instituição de caridade, mas foge do local e começa a trabalhar como empregada doméstica. Os anos passam, Conceição (Erika Janusa) é uma mulher bonita, mas deixa o emprego por causa do assédio do namorado da patroa.
Conceição é amparada pela amiga Vera (Dani Ornellas), que a leva para a casa de sua família no subúrbio carioca de Madureira. Essa amorosa família que acolhe Conceição como uma nova filha é formada por Mãe Bia (Rosa Marya Colin) e Seu Aloysio (Haroldo Costa), por seus cinco filhos – além de Vera, Moacyr (Cridemar Aquino), Amelinha (Tatiana Tibúrcio), Lorival (Arthur Bispo) e Maria Rosa (Alice Coelho) –, os genros Bete (Ana Kariny) e Lila (Paulo Verlings) e os netos Andreisse (Juliana Louise Silva) e Leandro (Gabriel Lima da Silva). Ali ela conhece Cleiton (Fabrício Boliveira), filho de Margarida (Maria Salvadora), um rapaz bom, trabalhador e estudioso, criado no morro, que cresceu revoltado por ter sido abandonado pelo pai ainda na barriga da mãe, e pela morte do irmão, assassinado por traficantes durante uma troca de tiros entre quadrilhas rivais. Os dois vivem uma bela e dramática história de amor.
Conceição chama a atenção por sua beleza e natural sensualidade, atraindo os olhares masculinos, a admiração e também a inveja das mulheres ao destacar-se nos bailes funk de Madureira. Logo é convidada pelo empresário Costa (Paulo Tiefenthaler) a formar um trio com a dupla de funkeiros Lulu (Lecão Magalona) e Dudu (Wallace Rocha), desbancando Jéssica (Ana Pérola), a bicampeã do concurso Miss Subúrbio. Inconformada em perder o posto de musa para a jovem intrusa, Jéssica utiliza suas armas para frear o sucesso da rival: seu poder de sedução e o poder do namorado, o bandido Tutuca (Flávio Rocha), cuja capacidade de matar sem compaixão deixa qualquer um sob sua mira. Batizada de Suburbia, Conceição é aclamada na zona Norte, mas não perde a pureza, reafirmando sua integridade diante dos obstáculos que a vida lhe apresenta.
No cruzamento de histórias de vida presente na trama, os personagens se veem às voltas com uma questão preciosa a todos nós: como manter a noção de justiça e os princípios éticos e morais em uma era marcada por violência, desigualdades e decadência de valores?
Nas palavras do escritor Paulo Lins, autor da história, “Suburbia” retrata a busca de melhores condições de vida através do trabalho, da cultura, da religião e de uma rede de solidariedade que existe entre os pobres. Antes de tudo, é uma reflexão social.
A casa da família que acolhe Conceição – onde convivem negros, brancos e mulatos – e o subúrbio onde ela se insere fazem as vezes de microcosmo do Brasil. É um subúrbio obrigado a conviver com a violência, mas ao mesmo tempo lírico, semeado de gentileza, sensualidade e elegância. Tal lirismo evoca a figura do músico Pixinguinha, casas de muro baixo com quintais largos e cadeiras de ferro na varanda, crianças brincando nas calçadas, e a rua de terra como extensão da casa. Ali fervilham sonhos e ideais, as paixões humanas, o sincretismo religioso, as lutas de cada um pela sobrevivência, gente do bem e do mal. E o sagrado e o profano dormem sob o mesmo teto.
Minas Gerais e vários bairros do subúrbio do Rio de Janeiro serviram de cenário para a história, cujas cenas foram todas realizadas em locações externas, evitando radicalmente os estúdios e as representações cenográficas da realidade. No interior de Minas Gerais foram gravadas cenas correspondentes ao prólogo da trama. No Rio de Janeiro, serviram de cenário, entre outros, os bairros de Madureira, Oswaldo Cruz, Quintino, Curicica, Tijuca e Paquetá.
Agora é esperar pela estreia e conferir tudo isso.