Em dois dias, o transito de pessoas foi intenso no cemitério local, onde também foi celebrada missa
Leidiane Sabino
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O Cemitério Municipal “Petronilo Gonçalves da Silva” recebeu aproximadamente 20 mil pessoas entre a quinta (1°) e a sexta-feira (2 de novembro) em razão do feriado de Finados.
Segundo Marcos Vinícius Sanches, secretário da Cidade, foram muitas visitas aos túmulos do cemitério municipal. Ele disse ainda que a limpeza já começou. Ontem, os funcionários já retiraram parte do lixo deixado no local e, assim que as flores murcharem, também serão retiradas.
A missa, realizada às 7h30, pelo padre Marcio Tadeu, da igreja Senhor Bom Jesus, atraiu uma grande quantidade de fiéis. Foram disponibilizadas mais de mil hóstias para a celebração religiosa.
Também houve missas, às 9h, no Cemitério Parque Jardim das Flores, com o padre José Américo, da Paróquia Santa Joana. Em Simonsen, com o padre. Ademir da Silva, da Paróquia de São Cristovão, às 9h.
Finados
Desde os primeiros séculos, os cristãos já visitavam os túmulos dos mártires para rezar por eles e por todos aqueles que um dia fizeram parte da comunidade primitiva. No século XIII, o dia dos fiéis defuntos passou a ser celebrado oficialmente em 2 de novembro, já que no dia 1º de novembro era comemorada a solenidade de todos os santos.
Para a Igreja Católica não se pode esquecer dos mortos, porque são eles que vivem verdadeiramente. Segundo a Igreja, a memória dos mortos é realizada porque com eles o homem estabelece uma comunhão única, somente possível pelo mistério da Graça e só vivencial no amor de Deus, porque Ele é Deus dos vivos e dos mortos. A celebração da missa pelos defuntos não é tradição nova. É fé da Igreja que a missa se oferece pelo perdão dos pecados (e outras necessidades) dos fiéis vivos, mas também pelos defuntos.
A fé cristã exprime-se na comunhão do cristão com Deus, na comunhão dos crentes entre si e também na comunhão dos vivos com os mortos. Entre os fiéis vivos e os fiéis defuntos existe uma solidariedade de que ambos beneficiam.
Quando a Igreja lida com a morte, Ela sempre tem o seu olhar voltado para o Mistério de Cristo Vivo e Ressuscitado. Como diz o livro do Apocalipse, Ele é o vivente. Ele é fonte de vida e ressurreição para aqueles que nele crêem. A Igreja vê a realidade da morte como uma realidade dramática, que toca toda e qualquer pessoa humana, mas ao mesmo tempo, tendo o seu olhar fixo em Jesus Ressuscitado, a Igreja crê na morte humana como uma passagem, um momento em que vamos definitivamente ao encontro de Deus, com muita esperança.
Esta prática de oração pelos defuntos tem o seu embasamento nas Sagradas Escrituras. Particularmente, existe uma passagem do segundo livro dos Macabeus capítulo 12, versículo 46, que diz assim: “Eis por que ele, Judas Macabeu, mandou oferecer este sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, afim de que fossem absolvidos de seu pecado”. Então, essa prática de rezar pelos defuntos é muito antiga, vem desde o povo de Israel. Por isso a Igreja entendeu, desde a sua origem, como uma prática importante. É uma prática piedosa e que a Igreja quis estabelecer um dia para que todos, Igreja Peregrina, rezem pela Igreja Padecente.
Além desta atenção especial para com os fiéis defuntos, Finados também é uma oportunidade para que o cristão possa rever suas opções. Uma vez que a morte pode bater porta a qualquer momento, é preciso ter essa atenção também, não por medo da morte ou de ir para o inferno, mas, pelo contrário, mas por uma adesão mais bonita pelas coisas de Deus e o ao amor ao próximo. É também uma oportunidade para rever as escolhas, tendo em vista também a comunhão eterna da glória de Deus.