Alex Aleluia é o escritor da crônica
Diário, ainda não acredito que apanhei daquele cara, mas pudera, é a primeira vez que me meto em confusão por causa de alguém. Em pensar que quando mais novo sempre dizia que não se devia brigar por causa de mulher, pois há várias no mundo. Fazer o que, não é?
Tive que pagar o táxi e não usá-lo, pois não tinha mais clima. Ela queria ir, mas eu não. Fiquei meio zonzo, nervoso, vergonhoso, e fracote. Sei que não sou nada disso, mas é verdade.
Já estou aqui na frente do Hospital a esperando. Não quis ficar na frente da Faculdade, pois lembro-me de ontem. Faltam alguns minutos para ela chegar. Meu coração acelera só de pensar eu tocando naquele corpo. Tocando naquela alma. Perpetuando seu perfume em mim.
O Táxi chegou e em seguida, olhei para o lado e vi a menina do sorriso radiante descendo a rua com um vestidinho de tafetá azul e branco, cabelos soltos e meio caracolados e o perfume que faz parte de minha corrente sanguínea.
Está na hora.
Fui ao seu encontro. Beijei-a e senti o seu sorriso. Como é bom estar apaixonado. Entramos no táxi. Ela, meio com vergonha, eu, meio eufórico. Sua mão estava fria como um gelo, a minha, suava como nunca. É hora. Está na hora.
Meu coração bate tão forte e ela só ri. Ela chegou perto de meus ouvidos e me disse:
- O que será que o taxista está pensando? – Eu respondi também em seus ouvidos.
- Que vamos nos amar muito e para sempre.
O táxi caminha em direção ao paraíso. Para mim, a primeira experiência de algo que faz parte dos adultos, para ela, mais uma experiência que já se tornou parte de sua vida.
- Está nervoso?
- Muito linda.
Nossos olhares se infiltravam uns nos outros. Às vezes, olho para o retrovisor e vejo que de vez em quando ele nos olha, mas minha felicidade é tanta que na cabeça dele, devia estar passando um filme.
Chegamos. Descemos.
- Eu te ligo para falar a hora de nos buscar.
- Certo. – Respondeu o taxista.
Respirei fundo na frente da garagem do Motel. Peguei em sua mão e com a chave abri a porta. Fiquei branco.
Abri e vi a dimensão do quarto. Pedi a suíte, pois a Danusa disse que era melhor e que a Gra merecia. Realmente era bonito o lugar. Jardim de inverno. Espelhos espalhados. Observara tudo e a trouxe para mim. Fechei a porta. É agora!
Segurei-a por trás e a beijei no rosto com um grande abraço. Ela sorriu. Olhamos juntos ao espelho e ela me disse baixinho.
- Eu te amo!
- Eu também te amo.
Ela se virou e me aplicou um grande beijo. Deitei –a e por cima me deitei. Estávamos na cama. É agora.
CONTINUA...