Eu não acredito que ela fez isto comigo... EU NÃO ACREDITOOOOO! Gritava sem parar em casa e entrei com muita raiva em meu quarto. Chorava como criança. Chorava como adulto. Chorava como uma pessoa apaixonada. Como ela pôde fazer isto comigo? Como?
Não acredito que me dediquei tanto para ela voltar. Por que ela FEZ ISSO COMIGO? Gritos misturados com raiva e paixão se juntam em um só sentimento.
E nossos momentos juntos? E nossos sorrisos. DESGRAÇADA! – Minha mão Periodicamente enxuga as lágrimas que caem dos meus olhos!
Deu a hora de ir trabalhar, mas minhas pernas não se mexem. Não tenho vontade de ir. Minha mãe bate na porta. A dor é muito forte. Por quê? Por quê? Por quê? Meu choro sai com mais gritos e com uma dor inigualável. O que faço coração para sair esta dor? O que faço? Por favor, alguém me ajuda?
- Filho, o que está acontecendo? – Minha mãe insistindo.
- Nada. Nadaaaa!
- Fale comigo garoto!
- Me deixa, mãe! – Resolvi ir trabalhar. Sai com uma rapidez para não explicar o que estava acontecendo. Mas o caminho era longo. Meus passos se tornavam pesados pelo fardo da dor, do ódio, do amor e da paixão.
Quando alguém passa ao meu lado, abaixo a cabeça para não perceber que estava chorando.
Ao chegar a meu serviço, meu companheiro Luís tenta descobrir o que houve, mas não digo nada.
- É a menina do sorriso radiante, não é?
Apenas balanço a cabeça. Em minha mente se pergunta o tempo todo, e nossas cartas de amor? Será que eram todas mentirosas? Será que realmente ela percebeu que eu não era sua alma gêmea. E nossos momentos? O que aconteceu? Eu preciso falar com ela. Meu coração gritava e sua dor me fazia sentir-se mal.
- Liga para ela.
- Eu já tentei Luís. Ela não atende.
- Liga do meu. – Ele retirou seu celular do bolso e me deu. Meu coração veio na boca. E como um gato ligeiro, peguei o celular e disquei seu número. A cada toque, mais angustia, e de repente ela fala “alô”.
Fiquei mudo. E se eu falar com ela? Será que vai dizer para o ex? O que faço?
Queria falar o que sofri, do que chorei e do que vivi. Queria contar para o coração dela que já senti a solidão e que estou sofrendo e me desesperando sem o sorriso dela. A minha vida está em vão sem ela.
Mais uma vez ela diz “alô”.
Não conseguia falar nada. Sei que eu procurei isto.
Preciso cuidar de mim para falar com ela. Está complicado esquecer seu sorriso. Ficou um sentimento imenso em meu peito. E agora?
Desliguei o telefone e não disse nada. Quero falar pessoalmente com ela.
A hora era longa e se multiplicava a cada minuto. Chegava às 23h, mas não chegava às 19h. Quero falar com ela cara a cara. Quero entender. Preciso sossegar meu coração. Eu vivia só para ela. Lembrava-se do primeiro dia que nós conversamos, o dia do primeiro beijo e toda a semana a presenteava. O que deu errado?
Mas a hora finalmente passou e coloquei a roupa que ela mais gostava em mim e passei o perfume da primeira carta que eu a entreguei. O caminho era longo, mas estava chegando a hora.
Desci como um papa léguas. Fiquei perto do corredor dela a espreita. Enxerguei-a de longe. Estava ela e a Fabiana. Quando elas viraram o corredor, fui ao seu encontro. Ela me viu e ficou branca, bege, amarela, não sei explicar.
- Preciso falar com você! – Disse eufórico.
- Estou entrando. – Disse a Fabiana.
- Agora!
Ela sorriu e não entendi o porquê. É agora!
CONTINUA...