Christine Marote, escritora de blog que reside há cinco anos na China, orientou empresários sobre como fortalecer relacionamento com chineses
Com a experiência de cinco anos morando no país mais populoso do mundo, a estudiosa Christine Marote voltou ao Brasil para orientar empresários sobre como se relacionar com os chineses e conseguir fechar bons negócios. Na última segunda-feira, ela esteve em Rio Preto com 20 empreendedores da Noroeste Paulista durante palestra promovida pela Revista Realidade Tributária, órgão oficial informativo do Sindfesp - Sindicato do Fun. e Servidores da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.
Christine Marote mora na China com a família desde 2009. A brasileira tem MBA em Negócios e Cultura Chinesa e ficou conhecida por manter o site “China na minha vida” e a coluna no blog “Brasileiros pelo Mundo” onde conta sua trajetória no país.
Cultura
Segundo Christine, a cultura é o grande fator de dificuldade no contato com os chineses. “Quem quer fazer qualquer negócio com a China precisa ser paciente, ter bons contatos, respeitar a cultura e compreender o passado do país”.
A partir de um panorama histórico de desenvolvimento da China, Christine lembrou que são milhares de anos de história, passando pelo império, por grandes guerras, por um período de fome e morte e agora de intenso crescimento e abertura para o mundo.
“Depois que foi anunciada como sede das Olímpiadas em 2008 , a China se tornou o país com o maior número de guindastes no mundo. Era um imenso canteiro de obras. Foi uma grande revolução para o país. Hoje, a China já é uma potência econômica e posso garantir que eles trabalham dia e noite para fortalecer isso”.
Estrangeiros
Durante a palestra, Christine explicou que para os chineses existem dois tipos de pessoas nos negócios: chineses e não chineses/estrangeiros. “Eles não distinguem nacionalidades e a cultura ocidental não tem muita lógica por lá. Eles têm hábitos muito enraizados e diferentes dos brasileiros. Então, é preciso conhecer e compreender a cultura chinesa e a forma como se relacionam para poder iniciar um processo de comunicação com eles. A China não é um país fácil de se adaptar, mas é possível”, destacou.
A escritora orienta que os empresários busquem suporte antes de iniciar o contato com os chineses. “Não é aconselhável fazer negócios sem um intermediário, ou seja, é preciso alguém que fale mandarim e conheça bem o país e a área em que se pretende fazer o contato. Os chineses costumam cobrar muito caro de quem é estrangeiro, tentam dificultar as coisas para valorizar o produto, entre outros empecilhos que colocam. Por isso, esse ‘mensageiro’ pode ajudar bastante a garantir que você compre um carregamento e ele chegue conforme o combinado, por exemplo”.
Porta de entrada
Para quem tem interesse em relações comerciais com a China, Christine Marote sugere a presença nas centenas de feiras que são realizadas anualmente no país. Para ela, os eventos são uma ótima oportunidade de conhecer pessoalmente fornecedores, fazer o primeiro contato e ter a dimensão de tudo o que é oferecido no país.
O diretor da revista Realidade Tributária que promoveu a palestra, José Luiz Rodrigues, ficou feliz com o resultado. “Foi um momento único com a troca de valiosas informações com quem vive lá e sabe melhor do que ninguém a lidar com chineses. Os brasileiros podem aproveitar muito esse mercado, mas é preciso entender como fazê-lo”.