Depois de ter interpretado tipos sedutores, como Marcos, em “Viver a Vida”, Augusto César, em “A Favorita”, o Greg, em “Páginas da Vida”, e até mesmo o pescador Pereirinha, em “Fina Estampa”, José Mayer volta à cena na pele do rústico Coronel Zico Rosado, no remake de “Saramandaia”. Nesta adaptação feita pelo autor Ricardo Linhares, Zico Rosado aparece com novo visual, mais moderno, menos truculento, mas que continua a colocar formigas pelo nariz ao sentir a menor contrariedade.
O telespectador que tem acompanhado o desenrolar de “Saramandaia” já percebeu que o autor deu ao personagem Zico Rosado o perfil de machão conquistador, mas que não conseguiu se livrar da paixão proibida por Vitória Vilar, papel que é de Lília Cabral. Cabe lembrar que em “Viver a Vida”, Mayer também fez par romântico com a atriz.
Nos próximos capítulos, Zico Rosado terá que lidar novamente com os questionamentos de Zélia (Leandra Leal) e a grande expectativa do público é quanto à reação do fazendeiro quando souber que é o pai biológico da “saramandista desaforenta”. Para complicar ainda mais a situação, Carlito (Marcos Pasquim) esconde um pequeno alto-falante em um vaso de flores que ele mesmo coloca no altar de Santo Dias. Durante a missa, através do artifício, o santo “falará” aos fiéis que o nome da cidade não deve ser mudado. Claro que Zélia e seus amigos não acreditarão no milagre e farão tudo para provar que Zico Rosado está por detrás da farsa. Novas confusões à vista e, assim, muitas formigas brotarão do nariz de Zico Rosado.
Na vida real, José Mayer ganhou o rótulo de galã; modesto, ele costuma dizer que não entende porque as mulheres o consideram bonitão, mas as fãs sabem muito bem o que dizem. Tanto sucesso deve-se a sua performance na interpretação de personagens conquistadores, geralmente homens fortes e decididos que sabem o que querem da vida e das mulheres. Foi assim quando o ator interpretou Pedro, em "Laços de Família", ou quando viveu o jornalista Dirceu de Castro, em "Senhora do Destino".
E por falar no público feminino, o que mais chama a atenção das fãs é que José Mayer tem um comportamento reservado e vive longe de badalações. Nada o irrita mais do que ver o seu nome ligado as naturais fofocas do meio artístico. É muito bem casado há trinta e oito anos com a atriz Vera Fajardo; o casal tem uma filha, Júlia Fajardo que é atriz de teatro.
Nascido José Mayer Drumond, na cidade mineira de Jaguaraçu, no dia 03 de outubro de 1949, antes de enveredar-se pelo mundo da televisão, era professor de Literatura e Idiomas. Tudo começou na década de 80, mas por detrás das câmeras: ele dublava o Burro Falante, na primeira versão do “Sítio do Picapau Amarelo”. Antes, tinha atuado no teatro em Belo Horizonte e foi em 1979 que ele e a mulher decidiram morar no Rio de Janeiro.
A primeira novela foi em 1983, na primeira versão de "Guerra dos Sexos" (Globo) e logo depois participou do filme "Bandidos da Falange". Os dois papéis lhe renderam o prêmio de Ator Revelação da Associação Paulista de Críticos de Arte.
Bem, voltando ao passado, depois de sua estreia na Rede Globo, não faltou mais trabalho e os tempos de dublador ficaram para trás. Em 1987 protagonizou "O Pagador de Promessas"; fez o Osmar, de "Tieta" (1989); o Ricardo, de "Meu Bem Meu Mal" (1991), e o Comissário Mattos, na minissérie "Agosto" (1993). No mesmo ano, participou da novela "De Corpo e Alma". Em 1996 fez "História de Amor" e encenou a peça "No Verão de 96".
No ano seguinte, interpretou Teobaldo, em "A Indomada", o comerciante árabe que fazia par romântico com Helena (Adriana Esteves). Em 1999, foi a vez de "Meu Bem Querer".
No ano de 2000 estreou na peça "Mais Perto", e na novela "Laços de Família", outra novela de Manoel Carlos, como o rude Pedro, ex-namorado de Helena (Vera Fischer) e pai de Camila (Carolina Dieckmann). Foi nessa novela que Mayer mostrou o seu lado mais sexy, principalmente no relacionamento que manteve com a veterinária Cíntia, interpretada por Helena Ranaldi. Os dois personagens mantiveram um romance conturbado, com cenas de sexo quase que explícitas, nas quais os dois atores mostraram um profissionalismo impressionante.
Na minissérie de sucesso, "Presença de Anita", também de Manoel Carlos, interpretou o escritor Fernando, que se apaixonou pela ninfeta Anita. Neste trabalho mais uma vez mostrou o seu lado sedutor, contracenando com a então estreante Mel Lisboa (Anita). Nando e Anita protagonizaram um relacionamento sexual intenso e obsessivo.
José Mayer participou ainda do filme "Buffo & Spalanzani", baseado em romance de Rubem Fonseca, trabalhando ao lado de Tony Ramos, com quem dividiu também a cenas de "Mulheres Apaixonadas". Na novela de Manoel Carlos, os personagens interpretados pelos dois atores viveram um triângulo amoroso com Helena, papel de Christiane Torloni.
E quem não se lembra do jornalista Dirceu de Castro, em "Senhora do Destino", novela na qual fez par romântico com Suzana Vieira e Marília Gabriela.
Também teve uma rápida participação na novela "Esperança", de Benedito Ruy Barbosa, na qual viveu Martino, fazendo par romântico com Priscila Fantin.
José Mayer contabiliza quase quarenta anos de carreira, mas ainda exibe fôlego e talento invejáveis. Será mesmo um eterno sedutor.