Depois
de ter feito o Pereirão, em “Fina Estampa”, Lília Cabral esteve de férias,
descansou e repaginou-se. Voltou à telinha mais magra e bem disposta para
interpretar a destemida Vitória Vilar, no remake de “Saramandaia”, que está
sendo exibido desde o dia 24 de junho.
O
público fã da novela cuja história original ganhou ares modernos sabe que
Vitória derrete-se por causa de Zico Rosado (José Mayer) e nem mesmo a eterna
rixa entre os Rosado e Vilar foi capaz de deter este amor. Ela mantém um
romance quase secreto com o fazendeiro e a paixão será colocado à prova nos
próximos capítulos do enredo escrito pelo autor Ricardo Linhares.
Numa
tentativa de conseguir alguns momentos juntos e em paz, Vitória e Zico decidem
almoçar numa cidade vizinha a Bole-Bole. Numa artimanha maldosa do destino, o
casal é visto pelo prefeito Lua Viana (Fernando Belo). Lua apesar de declara-se
“neutro” é saramandista e quase marido de Zélia (Leandra Leal), ferrenha
adversária de Zico Rosado. Ele fica furioso com a situação e passa a hostilizar
Vitória que não entende a atitude do futuro genro. É aí que entra a força
apaziguadora de Leocádia (Renata Sorrah) que conversa com Lua e pede para que o
filho mantenha em sigilo o que descobriu. Até quando ele conseguirá manter a
promessa feita à Leocádia? Só mesmo assistindo a novela para conferir.
E
misturando a vida real nas “saramandices” do folhetim, Lília Cabral e sua
personagem Vitória estão fazendo a cabeça das mulheres que querem mais dicas
sobre o figurino e os adereços que ela usa em cena.
A
atriz Lilia Cabral habitualmente é muito chique e discreta. Sempre elegante,
não gosta de falar de sua vida pessoal e raramente se expõe, a não ser que seu
trabalho assim exija; dificilmente ela é flagrada em festas ou qualquer
badalação. Ela é casada com o economista Iwan Figueiredo e tem uma filha,
Giulia, que já teria manifestado o desejo de seguir na carreira artística, mas
sabiamente Lília aconselhou a adolescente a focar nos estudos e amadurecer mais
a decisão.
Lília
Cabral nasceu em São Paulo, no ano de 1957 e é filha de pai italiano e mãe
portuguesa. Formada pela Escola de Arte Dramática da USP, os primeiros passos
em direção à vida artística foram dados no palco atuando na peça “Feliz Ano
Velho”, cujo roteiro é baseado no texto do jornalista Marcelo Rubens Paiva.
Dos
palcos para a televisão foi um pulo. A estreia em novelas aconteceu em 1981
quando trabalhou em “Os Adolescentes”, escrita por Ivani Ribeiro e produzida
pela Bandeirantes. Na mesma emissora, atuou em “Os Imigrantes”, interpretando a
Angelina.
No
ano de 1984, assinou contrato com a Globo, onde está até hoje, e seu primeiro
trabalho foi “Corpo a Corpo”, na pele de Margarida.
Desde
então, foi praticamente emendando um trabalho a outro. Logo depois de “Corpo a
Corpo”, veio “De Quina pra Lua”, “Hipertensão”, “Mandala”, “Vale Tudo”,
“Tieta”, “Salomé”, “Pedra Sobre Pedra”, “Pátria Minha”, “História de Amor”,
“Anjo Mau”, “Meu Bem Querer”, “Laços de Família”, “Estrela-Guia”, “Sabor da
Paixão”, “Chocolate com Pimenta”, “Começar de Novo”, “Páginas da Vida”, e “A
Favorita” e “Viver a Vida” e logo depois no seriado “Divã”.
Cabe
destacar a sua atuação em “Páginas da Vida”, na qual interpretou a maldosa e
amarga Marta Toledo Flores, personagem que lhe renderam elogios e
reconhecimento e logo depois em “A Favorita”, na qual deu vida à resignada
Catariana e foi a partir daí que a torcida cresceu para que a atriz ganhasse o
papel principal num dos próximos folhetins do chamado “horário nobre”.
Por
sua atuação em “Páginas da Vida”, Lília Cabral foi indicada ao Emmy de Melhor
Atriz em 2007, mas acabou perdendo o prêmio para a atriz francesa Muriel Robin.
No entanto, ganhou o Troféu Imprensa, o prêmio da APCA e o Prêmio Contigo! pelo
mesmo trabalho.
Na
novela “Viver a Vida”, de Manoel Carlos, Lilia Cabral foi Teresa, não era a
protagonista, uma vez que isto parecia destinado a Taís Araújo, no entanto quem
acompanhou o desenrolar da trama percebeu que o desfecho foi bem outro. Por
vários motivos, outro núcleo da história acabou roubando a cena e nele estava
Lília Cabral. A atriz deu um show de interpretação a cada capítulo, sem forçar;
a arte está nela. E o mesmo vem aconteceu em “Fina Estampa”, na qual finalmente
foi reconhecida e ganhou a personagem principal, Griselda, uma mulher
completamente diferente daquelas que já havia feito anteriormente, a começar
por exercer a profissão de “marido de aluguel”. Para este trabalho, a atriz
teve que aprender a manejar ferramentas, como chaves de fenda, martelo e
alicate.
Além
das novelas, Lilia atuou também em minisséries e especiais da Globo. No cinema,
deixou sua marca nos filmes “Dias Melhores Virão”, “Stelinha”, “Como Ser
Solteiro”, e nos inesquecíveis, “A Partilha” e “Divã”, estreado na telona, em
2009. No filme dirigido por José Alvarenga e que virou seriado ela interpretou
Mercedes, uma mulher que se descobre no sofá de seu analista e daí passa a
viver novas e excitantes experiências. No longa, Lília Cabral contracenou com
Reynaldo Giannechini.
E
falando mais um pouco de seu trabalho no cinema brasileiro, cabe destacar a
participação de Lília Cabral nos filmes “Amor?” e “Júlio Sumiu”, uma comédia
que tem lançamento previsto para janeiro do ano que vem.
Como
se vê, ela é talentosa e incansável!