Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Bom dia, querido leitor! Como vai você? Última semana de novembro, a cidade já está coberta das luzes de natal e as gôndolas do supermercado, cheias de panetone. É nessa hora que muitas famílias, por não terem conseguido se organizar financeiramente durante o ano, enfiam o pé na jaca e pioram o que já não estava bom. O que deveria ser um momento de reorganizar a vida, vira o “ano que vem eu resolvo”, uma bola de neve que nunca tem fim. Então, estamos aqui hoje para dizer: AINDA DÁ TEMPO!
Essa época do ano é muito típica e convidativa para gastos desnecessários: estamos exaustos mentalmente e fisicamente. Tudo é tentador e propício às despesas extras – o clima de natal, os passeios com a família no centro decorado da cidade, o recebimento do décimo terceiro, as confraternizações familiares e profissionais. A sensação de cansaço do ano difícil e cheio de desafios traz à tona o sentimento mais nocivo que existe ao nosso bolso: o “eu mereço”. Queremos te mostrar hoje um novo ângulo de visão para esse sentimento e te mostrar que ainda existem oportunidades para fazer do ano de 2022, algo infinitamente melhor do que 2021.
Vamos começar analisando porque o sentimento do “eu mereço” é muito nocivo para sua vida financeira. Não tem a ver com a frase em si, mas a forma como a utilizamos no dia a dia. Já parou para pensar que utilizamos o “eu mereço”, em 99% das vezes, para justificar decisões que sabemos estarem “erradas”? Usamos, inconscientemente, para justificar compras que sabemos que não deveríamos fazer naquele momento; para nos alimentar de forma não muito saudável; etc. Ou seja, usamos para justificar atitudes que não deveríamos tomar, que não estavam planejadas e que, na maioria das vezes, nos prejudicam de alguma forma no futuro.
E se ressignificarmos essa frase? Que tal utilizá-la, daqui pra frente, para coisas boas? Aqui vão alguns exemplos:
• Troque o “eu mereço” de gastar todo seu 13° salário agora, para o “eu mereço ter dinheiro no começo do ano para pagar todas as contas e não passar perrengue”.
• Troque o “eu mereço” das férias não planejadas para “eu mereço guardar esse dinheiro e ter uma reserva para começar 2022 financeiramente mais saudável”;
• Troque o “eu mereço” dos gastos desse mês para o “eu mereço começar a investir, para ter mais liberdade de escolha daqui alguns anos” – isso pode significar até sair daquele trabalho que você odeia.
Pare de utilizar o “eu mereço” para justificar erros. Use para justificar as decisões difíceis que você precisa tomar agora e vão impactar sua vida futura. Poupar e investir NUNCA serão coisas agradáveis, a não ser que você ganhe muito dinheiro: vai contra nossa natureza humana deixar de realizar desejos agora para realizar depois. Porém, esse é o caminho do enriquecimento e da liberdade, tão sonhados por todos e realidade de poucos.
Portanto, não deixe para 2022: comece AGORA! Se tem dívidas, utilize seu 13° para tentar quitá-las ou amenizar o valor. Se não tem dívidas, mas não tem nenhuma reserva, aproveite para começar. Pense bem nas compras parceladas nessa época do ano: muitas vezes, elas podem significar um 2022 financeiramente terrível, porque já começa afogado em despesas passadas. Todo cuidado é pouco!
O seu 2022 depende muito mais das decisões que você está fazendo nesse exato momento do que da cor da sua roupa ou dos rituais da virada do ano. Pense nisso: ainda dá tempo!