As pessoas que compõem uma sociedade, vezes sim, vezes não, mais parecem mercadorias expostas em prateleiras de mercado, onde cada uma recebe um preço, colocados em algum lugar de um imenso espaço, sem mesmo ter direito a escolha. Nessas prateleiras são expostos todos os tipos de criaturas: feias, bonitas, atrasadas, inteligentes, até mesmo as ‘anormais’. E a sociedade acaba por julgar, sem nenhum escrúpulo e sem piedade, os fracos, os fortes, os vencedores, os perdedores, os doentes e os chamados perfeitos. Os julgadores chamam de anormais aqueles que não se situam na linha de normalidade entre a maioria dos seres humanos. Mas, o que é ser desajustado senão o fato de não ser igual? Nós somos assim, todos diferentes. Por que padrões únicos se cada um de nós traz em si riquezas imensuráveis, mesmo que muitas vezes não perceptíveis aos olhos do outro? As diferenças pedem oportunidades para se apresentarem e mostrar suas riquezas a seus tempos. Deixem-nos desenvolver todas as nossas habilidades que nossas luzes se acenderão. É preciso ter oportunidades para que possamos mostrar o que somos capazes. Se não tivermos a chance do plantio, a semente não abre, a planta não nasce e os frutos não vingam. Cada qual desenvolve a seu tempo e a seu ritmo o seu potencial dando abertura à vida, uma extensão indecifrável gerada por uma semente humana, vegetal ou animal. É a diversidade de flores que dá beleza a um jardim. Quem é normal e quem é anormal se o sangue corre da mesma forma para todos, se o coração bate da mesma forma, se as lágrimas têm a mesma cor e se o sorriso fala com as mesmas palavras? A diferença pede aceitação, pede respeito, pede tolerância e pede, sobretudo, muito amor. Anormal não é quem foge dos padrões sociais é também quem não compreende e não aceita que somos todos seres imperfeitos, mas, nem por isso, diminuídos aos olhos de Deus. Anormal é quem se acredita grande e pensa que o mundo todo é pequeno; é quem não conseguiu perceber o verdadeiro significado do “amar ao próximo como a ti mesmo”. Quando Jesus morreu na cruz de braços abertos foi para abraçar a Humanidade toda, sem distinção; quando perdoou o ladrão, lavou os pés dos apóstolos, sarou cegos e leprosos, foi para nos dar a lição da humildade, para nos mostrar que grande mesmo é aquela pessoa capaz de abrir todas as portas do seu coração e de olhos fechados receber com amor, tudo aquilo que a vida coloca no nosso caminho, independente da sua classe social, raça, religião, condição física ou mental.