A humanidade, nos últimos dois séculos, passou a caminhar a passos largos em quase todas as áreas em termos de desenvolvimento científico e tecnológico.
Sem dúvida que estes avanços se traduziram em melhor qualidade de vida para muitas pessoas, mas, também, ampliou significativamente as diferenças sociais em todo o mundo. Ainda observamos muitos humanos vivendo em condições degradantes, sem ter onde morar, trabalhar para o sustento de suas famílias e muitos, muitos mesmo, passando fome.
A humanidade ao caminhar com velocidade estonteante em inúmeras áreas não encontrou, ainda, respostas que sirvam para minimizar o sofrimento de muitas famílias que, simplesmente, não podem ter a oportunidade de viver dignamente. Aqui me lembro de uma frase do saudoso professor Boaventura: ”o que não pode ser para todos não pode ser para um”
O caminho que é caminhado, sem o olhar para todos e de todos, não é preciso. Quando caminhamos observamos apenas as pessoas sendo abandonadas em meio aos descaminhos que lhe foram impostos pela própria sociedade excludente.
Um exemplo, gritante, é o tempo que a legislação aponta para a licença maternidade, altamente questionada por alguns, felizmente poucos, empresários, que criticam a lei como sendo prejudicial ao seu negócio. No entanto, países culturalmente avançados, permitem licenças de dois anos, sendo primeiro ano obrigatoriamente da mãe e o segundo ano de vida da criança possibilitar a troca pelo pai. São países em que a qualidade de vida das crianças é muito superior, a chance de serem adultos e idosos saudáveis é significativamente ampliada e, consequentemente, a redução significativa dos cursos sociais com a saúde das populações.
Mas, como estamos habituados a pensar egoisticamente em nossos “próprios umbigos”, mantemo-nos atrasados.
Nosso caminho, ainda incerto e impreciso, está apenas iniciando e depende de mossas decisões e consciência.