O meio empresarial tem discutido questões relevantes para o desenvolvimento social responsável tais como: valorização das ações sociais; incentivo ao voluntariado; defesa e valorização da diversidade; respeito às posições antagônicas e construtivas; corresponsabilidade pelo sucesso das ações; orçamento base zero como atenção à realidade de um planejamento economicamente responsável; ações positivas em relação ao meio ambiente; ações cooperativas em prol dos objetivos e, em muitos casos; a democracia como fonte de todo o processo.
Quando nos reportamos às instituições públicas, em todos os níveis de governo, é de esperar que tenhamos as mesmas preocupações e ações, muito especialmente por suas atribuições estarem voltadas para todos os brasileiros e brasileiras e não para um simples produto de consumo. Os níveis de governo, cada qual em sua territorialidade delimitada, atuam, ou deveriam, para atender às demandas sociais de toda a coletividade. Aliás, políticas públicas devem atender a todos e não a segmentos especiais ou específicos e muito menos centrados em interesses momentâneos e, especialmente, eleitoreiros.
As lideranças em diferentes níveis de governo, após eleitas e empoçadas, ainda continuam agindo como se estivem fora do palco de intervenção responsável e uns tentando atrapalhar os outros. Se este fato ocorrer em uma empresa, a chance da demissão é elevadíssima ou certeza em uma instituição com Missão, Visão e Valores claramente definidos. Mas, nas instâncias de governo nos parece inexistir missões. A visão que vimos imperar é a ação deletéria de um contra o outro.
Nas empresas, quando surge um problema que afeta a todos imediatamente as forças se reúnem para superar a questão e continuar produzindo serviços ou produtos de qualidade. Já, no âmbito dos governos há um certo jogo de “cabo de guerra” irresponsavelmente construído em torno da permanência no poder e sua recondução pelo processo eleitoral.
Nas empresas pode haver amigos. No entanto, não são privilegiados quando da questão de resolver problemas. Exceto se a empresa não é profissionalmente gerida. Nos níveis de governo o que impera é o amigo, o cabo eleitoral, o voto como meta. A competência é medida no número de votos que o escolhido/apadrinhado conquista trazer.
A ação irresponsável no âmbito da realidade vivida se faz sentir no momento em que a saúde do povo está em último lugar na hierarquia das necessidades. Os entes governamentais não se dão as mãos e prejudicam uns aos outros. Quem paga a conta e sofre, incluindo a morte, é o povo que os elegeu para liderar em prol de toda a população.
Até quando vamos eleger, por inúmeros ciclos, os mesmos que hoje demonstram não estarem preocupados com a população, apenas com suas regalias, poderes e garantias. Ao trabalhador oferecem o salário mínimo inferior ao mínimo necessário. A tabela do imposto de renda a estes atinge anos seguidos. A eles, salários, ajudas de custos, pagamento de planos de saúde, veículos com motoristas, combustível, taxas de correio e tudo o mais que podem sobrecarregar no orçamento anual. E, não podemos esquecer do Fundo Partidário, do preço de combustíveis que acompanha a variação do dólar e o salário a “variação da fome” acompanhada do preço do botijão de gás.
Sem dúvida há os que não atuam desta forma, raras e honrosas exceções. Mas, a massa de corruptos não permite que as necessárias mudanças ocorram. Até quando? Quando eu era criança já ouvia uma célebre frase que comandava a ação de políticos: ”rouba mas faz”. Hoje talvez seja: “Não faz mas rouba”.