Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Bom dia, querido leitor! Como vai você? Estamos na última semana de janeiro – sim, o tempo está voando – e, se você quer mesmo que seu 2022 seja um ano financeiramente diferente dos perrengues que você passou até aqui, precisa repensar suas atitudes em relação ao dinheiro. Ao falar sobre esse assunto, não podemos deixar de fora um dos grandes vilões da sua vida financeira: seu padrão de vida. Por isso, esse será nosso assunto de hoje.
Precisamos começar definindo o que é, exatamente, o padrão de vida (ou estilo de vida): são as despesas burocráticas, aquelas que garantem o mínimo do que você precisa para sobreviver - moradia, transporte, alimentação, educação básica, etc. Ou seja, os gastos inevitáveis. Em contrapartida, a qualidade de vida são todas aquelas coisas que ajudam a aliviar a rotina e relaxar: seus hobbies, seu cuidado pessoal, seu lazer.
O grande erro que as pessoas cometem é: grande parte das suas despesas, hoje, pertencem ao padrão de vida que você escolheu para sua família. Muito pouco (ou quase nada) se destina à qualidade de vida e realização de sonhos. E é por isso que a maioria das famílias se sente limitada em relação às escolhas mais interessantes da sua vida, como conhecer outros lugares, ter experiências gastronômicas, etc. É por esse motivo que casamentos caem em uma rotina mortal e sem graça, que vocês deixam de realizar sonhos e que tem a sensação que vivem apenas para pagar boletos. E vivem mesmo.
O que nos leva a cometer esse erro é a mentalidade de “pagar o melhor que eu puder”. É com esse pensamento que você escolhe morar em um lugar mais caro do que deveria, ter um carro mais caro, viver um status que não cabe no seu bolso e ostentar bens e serviços que não poderia pagar. Você sacrifica tudo o que seria realmente importante na sua vida para ocupar essa posição social: deixa de viver momentos com seus filhos – e, até mesmo, vê-los crescer – porque precisa pagar a prestação do carro financiado; trabalha em mais de um lugar para manter a moradia de alto padrão; faz horas extras para conseguir pagar as prestações do cartão de crédito. Sua vida vira uma corrida de ratos, em que sua meta precisa ser pagar boletos todos os meses. Você não tem saúde financeira, não consegue ter uma reserva de emergência, não passa tempo de qualidade com as pessoas que você ama e vive reclamando que nunca conquista o que gostaria.
Como mudar isso? Suas escolhas te levaram a esse lugar. Então, agora, você precisa escolher de forma diferente. Comece se questionando o que é realmente importante para você e inverta a prioridade de escolhas: comece a organizar sua vida financeira priorizando sua qualidade de vida, o tempo que passa com seus filhos, os passeios em família, o autocuidado, seus investimentos. E então, o carro, a moradia, etc. serão escolhas secundárias que não vão esmagar sua qualidade de vida. É melhor ter uma vida mais simples e mais cheia de experiências e momentos que valem à pena serem lembrados, do que ostentar coisas que você sequer consegue usufruir totalmente, que servem apenas como distintivo social.
Ah e um último recado: viver uma vida mais simples não é uma decisão fácil. As pessoas vão te criticar, vão dizer que você falhou e vão apontar dedos. Esteja preparado para não se importar com as opiniões alheias, caso você tome a decisão de mudar de vida. Não se esqueça: você mora em um país em que o “normal” é ser endividado e ter muitas prestações para pagar. A boa notícia: você pode se recusar a fazer parte desse bando. Excelente semana!