Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Bom dia, querido leitor! Como vai você? Hoje vamos falar de um assunto polêmico e que gera muita dúvida no mundo das finanças do casal: investir o dinheiro juntos – em uma única conta – ou separados? E a resposta, como quase sempre no mundo do dinheiro é: depende! Vamos aos argumentos.
O primeiro ponto de conflito nesse assunto é sobre juntar o dinheiro do casal ou dividir os gastos, e isso é uma questão de mentalidade. Veja, não é necessário juntar o dinheiro do casal a ponto de ter conta conjunta, mas a organização e o planejamento das despesas devem ser feitos juntos. O que acontece, muitas vezes, é que o casal divide as contas em comum – ou pela metade, ou de forma proporcional – e o dinheiro que sobra é individual, cada um gasta como bem entender. E aí, fica a pergunta: por qual motivos vocês se casaram? A intenção não era compartilhar a vida, os planos, os sonhos? Como é que vocês esperam realizar sonhos e objetivos juntos, se não utilizam a força financeira que tem juntos para isso?
Nós sabemos, é polêmico: mas, quando você se casa, nasce a Família S.A., uma empresa que tem por objetivo prosperar, realizar sonhos e fazer as pessoas envolvidas felizes. Independente da conta no banco ser conjunta, o casal – os dois CEOs da empresa – precisam tomar decisões juntos: decisões que vão levar a empresa a realizar seus objetivos. É dessa forma que você precisa pensar as finanças do casal.
Agora, vamos aos investimentos. Investir é plantar uma árvore de dinheiro: ou seja, alocar seu patrimônio de forma inteligente para te gerar renda no futuro, uma renda que não dependa do seu trabalho – chamada de renda passiva. Na prática, você está gerando segurança futura para essa família, que não dependerá apenas do sistema público para se aposentar e não precisará apenas do dinheiro do trabalho para viver. Daí, existem duas realidades: casais que vão construir tudo do zero, juntos, e casais que já possuem estrutura financeira.
Quando estamos falando de casais que estão começando do zero e querem construir uma vida abundante e próspera juntos, estamos falando da união de investimentos. Veja: unir os investimentos é unir forças para alcançar o que se deseja. Os rendimentos vão incidir sobre o volume do capital investido, por isso, nesse caso, é melhor fazer tudo no CPF de uma pessoa só. Vale destacar que contas de corretora funcionam como contas bancárias: o cônjuge é colocado como dependente e tem total acesso às movimentações. Outro ponto é a declaração de Imposto de Renda, em que deve constar o nome do cônjuge e isso ajudará na burocracia, caso ocorra algum problema – como morte ou divórcio.
Quando falamos de casais que já possuem uma estrutura financeira familiar, são herdeiros ou construíram sua riqueza quando estavam solteiros, antes de se casar, daí são necessários dois cuidados: 1) O regime de casamento: isso deverá ser acordado entre os noivos, havendo três possibilidades básicas – comunhão total de bens, comunhão parcial de bens ou separação total de bens. 2) Inteligência tributária: mesmo que o casal decida unir as finanças, em caso de um volume significativo de investimentos, vale à pena pensar na tributação e em estratégias de investimento que vão pagar menos impostos. Por exemplo, quando falamos em negociação na bolsa de valores, existe uma isenção de impostos para movimentações mensais abaixo de R$20 mil. Se investirem separadamente, o casal ganha uma margem maior de movimentações: R$20 mil de cada um, que garante R$40 mil em movimentações mensais isentas de Imposto de renda. Por isso, nesses casos, é melhor estudar os possíveis caminhos.
“Mas e se a gente se separar?”, é a pergunta que não pode faltar nesse artigo. Em caso de divórcio, o que conta é o regime de casamento. Se for comunhão parcial de bens, não importa se o dinheiro estava junto ou separado: tudo o que foi adquirido após o casamento será divido por dois. Por isso, quando se fala em investimentos à dois, é melhor pensar estrategicamente de quais formas o casal por ganhar mais e, ao mesmo tempo, ter mais benefícios. Conversem sobre dinheiro com seus cônjuges: isso faz toda a diferença na vida que vocês querem viver juntos!