Caras leitoras e leitores, certamente as notícias veiculadas nas mais diferentes mídias em todo o país sobre a decisão do governo federal em valorizar a função social docente com um aumento que, por alguns, foi considerado como abusivo, quase que passou desapercebido em meio tantas mazelas simultâneas, incluindo a abominável guerra promovida pelo mais recente genocida em nosso planeta.
Todos estão lembrados das promessas dos políticos, em momento de conquista de votos, para o campo da valorização da educação e dos atores sociais que na escola atuam em condições humilhantes frente à responsabilidade a estes atribuída. Mais uma vez reportarei a diferença de tratamento que é dado ao professor em outras culturas, em especial nesta minha manifestação, entre os nipônicos. Nas cerimonias junto ao imperador os únicos que não precisam abaixar suas cabeças são os professores, em sinal de profundo respeito da sociedade pela nobre profissão. Cabe lembrar, também, que foi graças à reorganização da Educação no Japão ocorrida após a guerra que o país se tornou uma potência econômica e humanística.
Em nosso território, quando da publicação da proposição de remuneração aos docentes, um sem número de prefeitos veio à público para desmerecer a proposta, afirmar que seria responsável pela quebra do equilíbrio financeiro dos municípios e outras tantas desculpas para a continuidade de tratamento incoerente e injusto deste grupo que, sem dúvida, respondem pela formação de nossa sociedade. Sem falar no absurdo que vivemos em ações de desvalorização do internacionalmente renomado professor Paulo Freire e da pretensa intenção de banir da escola as discussões sobre a propostas políticas sob o mando da “escola sem partido”.
Esbravejar em palanques em prol da educação se contrapõe aos fatos vividos com as atitudes fraudulentas, improbidade administrativa, ausência de ética de alguns eleitos para a mais ampla representatividade em nosso território, os vereadores.
Sou obrigado a reproduzir o jargão que foi postado em um município brasileiro, “precisamos de mais professores e menos vereadores, deputados estaduais e federais”.
Mais recentemente vimos o movimento de aumento de regalias de algumas das categorias mais privilegiadas em nosso país para os quais foi apresentada a proposta de remuneração para custear o estudo de seus filhos até os 24 anos, planos de saúde altamente vantajosos (jamais irão ao SUS como a maior parte da população brasileira), auxílio para vestimentas, carros oficiais com vários motoristas e tantas outras vantagens.
No Brasil temos aproximadamente 188.000 escolas. Se simplesmente colocarmos uma média de 30 docentes em cada uma delas, teremos 5.600.000 professores. Professores são muito mais importantes para uma sociedade do que a soma de todos os políticos e seus apadrinhados (mais conhecidos como “cabos eleitorais”) guindados aos mais altos postos em nosso país. Para estes apadrinhados e seus salários podem contratar mais de 10 professores, sem falar nas benesses de outros tantos. Esta realidade nos faz lembrar deu painel publicado em uma cidade do interior do estado de São Paulo “não precisamos de mais políticos, em especial de vereadores”, precisamos de professores!
Vamos discutir valores?