Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Fogo no parquinho que essa semana este artigo será polêmico! Olá, caro leitor, tudo bem com você? Bom, certamente você já ouviu falar sobre criptomoedas e Bitcoin – a não ser que esteja vivendo em Marte – e, por influência de alguém ou só curiosidade, se interessou por esses ativos. Eles já estão na moeda há algum tempo e cada vez mais pessoas vem falando sobre isso. – especialmente os ganhos, porque as perdas, ninguém conta. Então, vamos aproveitar nosso espaço por aqui para trazer algumas reflexões (e informações) sobre o assunto.
Primeiro, precisamos justificar o título: obviamente, queremos chamar sua atenção. Agora que a temos, vamos explicar: as criptomoedas são ativos negociados no mercado financeiro. Resumidamente, são moedas que só existem no mundo digital, cujo valor varia de acordo com as pessoas. Como assim? É exatamente isso: precisamos entender que quem dá valor a esse tipo de ativo são pessoas e, justamente por isso, seu preço oscila a todo momento (podendo, inclusive, valer zero, como já aconteceu com algumas delas).
Obviamente, elas têm características que fazem com que as pessoas as valorizem e ignorá-las seria uma loucura. A questão é a forma com que as pessoas têm se dedicado a investir nesses ativos e o quanto conhecem sobre ele. No mercado financeiro existem ativos que possuem a função de gerar renda passiva: a tão sonhada liberdade financeira, que nada mais é do que o dinheiro que retorna dos investimentos pagar suas contas e você se tornar independente da renda do seu trabalho. Sem dúvida, é o ponto que todas as pessoas gostariam de alcançar. Mas a prioridade que você dá ao COMO vai fazer isso pode ser determinante entre conseguir ou não sua liberdade. Explicaremos melhor.
Tempos atrás, ao entrar em um Uber, o rádio estava ligado em um programa de investimentos que falava sobre NFT. Sem ter ideia de quem éramos, o motorista comentou que não entendia muito sobre aquilo e isso foi o suficiente para iniciarmos a conversa. Explicamos sobre o ativo e, logo em seguida, ele comentou: “eu invisto em Bitcoins”. A conversa fluiu, ele explicou toda sua estratégia, e eu fiz apenas uma pergunta: “Você tem reserva de emergência?”. Obviamente, ele disse que não. Veja bem: um profissional autônomo, cuja renda depende exclusivamente do seu trabalho e do quanto ele trabalha todos os dias, não possui reserva de emergência, não tem nenhum investimento que lhe dê renda passiva e estava apostando todas as suas fichas em criptomoedas. É aí que está o problema.
Não acreditamos que seja errado investir em Bitcoins, mas você não vai encontrar nenhum educador financeiro ou especialista honesto e respeitado que indique investir mais do que 1% do seu patrimônio nesse ativo. Não vai encontrar nenhum especialista sério defendendo que a prioridade de um cidadão seja colocar todo seu dinheiro nessa cesta. Esta não deveria ser a prioridade de investimentos de ninguém, especialmente de um pai de família que depende do seu trabalho para colocar comida na mesa. É preciso entender qual é o lugar desse ativo na carteira, qual é seu papel na construção de riqueza e segurança de uma família e, nesse quesito, o Bitcoin (ou qualquer outra criptomoeda) passa longe.
Foque no que realmente importa: tenha uma boa reserva de emergência – investida em um ativo de renda fixa; tenha ações de boas empresas que paguem dividendos periodicamente: empresas que possuem clientes, funcionários, produtos e serviços, que pagam impostos. E aí sim, quando sua segurança e liberdade estiverem bem encaminhadas, olhe para as criptomoedas e para os ganhos que elas podem dar. A história já mostra o quanto a irracionalidade humana já custou aos homens: hoje é o Bitcoin, mas até tulipas – sim, as flores – já estiveram nesse lugar de destaque, levando famílias inteiras à falência. Pense nisso. Tenha uma excelente semana, caro leitor.