Estamos no ano de 2022 sobrevivendo e o povo brasileiro sofrendo com as consequências da ausência de coerência quanto à atenção aos encaminhamentos dados pela Rio 92, ou não estamos lembrados? Realmente, a memória de nosso sofrido povo pode não relembrar dos fatos, orientações, alertas e determinações ocorridas em nosso território sobre as questões climáticas e as responsabilidades das nações pela preservação do planeta.
Interessante observar que trinta anos não nos foram suficientes para prevenir ou superar nossa dependência do petróleo que mereceu as atenções da maior empresa nacional neste mesmo período com novos poços em águas profundas.
A profundeza da miséria a que está sendo submetido nosso povo, muito especialmente os mais necessitados, carentes e abandonados por sucessivos desgovernos, presidentes e conselhos da empresa mista brasileira está à mostra e gerando ainda mais carestia.
O que se apregoa, firmemente, é que não é possível deixar de acompanhar os valores internacionais para o petróleo em nosso território. Mas, não nos esquecemos de que governos afirmavam com “orgulho” que “A Petrobras é nossa”, nossa de quem, senhores acionistas e conselho consultivo?
Onde está, senhores governantes, nossa autossuficiência em petróleo? Sem refinarias? Depender ainda mais de outros países para o refino? Onde está a coerência?
Somos um país com enorme capacidade de produção de fontes alternativas, não somos? E a política de preços do etanol está atrelada aos valores do combustível fóssil, lógica incompreensível.
Em recente reportagem fomos considerados o “celeiro do mundo” para as questões da alimentação dos povos e convivemos com as queimadas, destruição de áreas da Amazônia há mais de meio século. Alguns insistem em atribuir responsabilidade, sempre, ao governo de plantão.
Em outro ponto, sujamos nosso território com a ausência de clara política para o setor da reciclagem de lixo urbano e aumentamos a poluição com um sem número de aterros. Comparem a dimensão territorial do Japão com a brasileira. Eles conseguem reciclar lixo com eficiência, competência e redução da poluição. Japão: 377.973 km2 e o Brasil 8.514.876km2.
Somos sim “autossuficientes” em incompetência de gestão, definição de políticas públicas, amparo ao povo, zelo pela nação e magníficos com o lucro exacerbado para alguns poucos.
De fato, trinta anos não foram suficientes para fixar a produção de energia ecologicamente coerente. Nossa competência foi enorme com o desvio, não do Rio São Francisco, mas sim, dos recursos públicos para as cuecas, malas, bolsos e depósitos em constas no exterior, e vamos continuar assim competentes, não vamos?