Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Olá, caro(a) leitor(a). Esses dias, enquanto fazíamos nossos exercícios matinais, ouvimos um amigo, profissional autônomo, comentar com o outro: “olha, tava indo tudo bem...mas nesse mês aconteceu um negócio e tudo desandou! Vou pagar a fatura do cartão, mas deu errado”. Já ouviu essa história? Não é à toa que existem até memes reportando a frequência de “emergências” e imprevistos que acontecem na nossa vida. A questão é: você sabe como se blindar de desequilíbrios financeiros? Esse será nosso tema de hoje!
O primeiro ponto a entender quando falamos de planejamento financeiro é que: imprevistos acontecem e planos vão dar errado! O maior erro que as pessoas cometem quando tentam organizar sua vida financeira é definir, com exatidão, quanto vão gastar em cada despesa. O erro está em, justamente, descartar a força do acaso, da sorte ou do azar: não temos controle sobre tudo o que acontece na nossa vida. Quanto mais você tenta fazer sua vida financeira caber dentro de um “quadradinho”, pior fica. Por isso, o pulo do gato para cuidar bem do seu dinheiro é sempre manter uma margem de erro.
A margem de erro é bastante simples: imagine que você ganha R$2 mil mensais e vai organizar seu dinheiro. Você JAMAIS deveria considerar gastar o dinheiro todo: ter uma margem de erro é deixar uma pequena parte ali, sem despesa nenhuma, para encobrir pequenos deslizes do orçamento. Você poderia guardar R$500,00 para aquela viagem dos sonhos, por exemplo e, ao invés de usar os R$1500 restantes para o resto das despesas, você usaria R$1200 e deixaria esses R$300 como margem de erro. Se der uma passadinha no supermercado aquele mês, ou se for necessário comprar um remédio extra, esse dinheiro está lá para ser usado, sem comprometer o resto das despesas.
Além da margem de erro, todo mundo deveria ter uma reserva de emergência: aquele dinheiro, que cobre de 3 a 6 meses do seu custo de vida, investido em um ativo conservador, de liquidez imediata. Diante de um imprevisto maior, ele te socorre e permite que os problemas não sejam maiores do que realmente são. O cachorro ficou doente? A reserva cobre os gastos. Queimou o microondas? A reserva permite comprar outro sem fazer nenhuma dívida. Quando você possui reserva de emergência, consegue lidar com os imprevistos – especialmente os negativos – de forma a não desgastar sua saúde mental.
Obviamente, se você quer ter uma vida financeira mais segura, o ideal é juntar as duas estratégias: ter reserva de emergência E uma boa margem de erro das suas despesas mensais. Juntos, eles vão fortalecer e blindar um pouco mais sua família dos imprevistos (especialmente os negativos). Mas, não se iluda: mesmo colocando essas duas estratégias em ação, você não está 100% protegido de tudo: essa é a graça da vida, não é mesmo? Por isso, ainda existem produtos financeiros como seguros, planos de saúde, previdência privada, etc.
Vale dizer: é humanamente impossível se blindar de tudo e fazer seguro contra todas as coisas que podem acontecer na sua vida! A questão aqui é conseguir gerenciar esse risco para que pequenos desvios e desequilíbrios não te coloquem em situações desconfortáveis. Quando os problemas acontecem e são pontuais, a vida se torna muito mais leve e os problemas ligados ao dinheiro afetam menos, especialmente as relações, a saúde física e a mental.