Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Bom dia caro leitor, tudo bem com você? Hoje vamos abordar um assunto que sempre aparece nas mídias: a famosa bolsa de valores. É comum ver notícias de que a bolsa fechou em alta ou em baixa todos os dias, mas o que tem por trás desse sobe e desce dos preços? Você acha que é questão de sorte?
Vamos começar definindo o que é a bolsa de valores e como ela se organiza. A bolsa de valores é um “supermercado de valores mobiliários”, ou seja, o lugar em que as negociações de valores mobiliários ocorrem: é nela que os vendedores negociam com os compradores. Valores mobiliários são títulos de propriedade (mais conhecidos como “ações”) ou de crédito (conhecidos como “obrigações”). Esses valores mobiliários também são conhecidos como “títulos financeiros”, podendo ser emitidos por entidades públicas ou privadas. Em resumo, uma empresa vende títulos para arrecadar recursos e a bolsa de valores é o lugar onde ocorrem as negociações. Quando você quer se tornar sócio de uma empresa, você pode comprar pequenas partes dessa empresa (as ações) e participar de seus lucros (ganhando dividendos). Também pode ocorrer da empresa falir e você perder o dinheiro investido, mas isso é papo para outro artigo.
Todos esses investimentos da Bolsa de Valores são categorizados como sendo de “renda variável”, que é quando você NÃO sabe previamente quanto poderá render e não tem data de validade. No geral, a Bolsa de Valores é conhecida como um grande “perde e ganha”, mas não é bem assim que as coisas funcionam. Entenda que, quanto menos informações e conhecimento você tem desse universo, mais propenso fica às perdas. Não basta seguir aquele “guru” dos investimentos da internet, você precisa se envolver e estudar, se quiser entrar no mundo dos investimentos na renda variável.
Bom, esse “sobe e desce” da bolsa é chamado de volatilidade e, na maioria das vezes, não tem absolutamente nada a ver com o valor da empresa: você pode ter as ações de boas empresas, que estão funcionando perfeitamente bem, caindo ou subindo. Esse movimento de oscilação ocorre por causa da expectativa do mercado e não reflete o valor da empresa em si. Basicamente, a bolsa sobe quando essa expectativa é otimista e cai quando é pessimista.
O que provoca esse movimento é a compra e venda de ativos por parte dos investidores, que são pessoas muito irracionais e respondem segundo sua emoção. Considere que cada notícia (relevante ou não) para a economia mundial afete esse mercado: guerra comercial entre China e EUA; aumento ou queda do preço do petróleo; notícias sobre a vacina do coronavírus; notícias de cunho político: falas do Biden, do Bolsonaro, etc. Tudo isso é motivo para alterar o humor do mercado e fazer os preços das ações oscilarem.
O ponto principal que queremos destacar aqui é que esse preço, de certa forma, é estabelecido pelo emocional dos investidores: quando há uma notícia positiva para o mercado, como a vacina do coronavírus, a bolsa sobe. Quando há uma notícia negativa para o mercado, como o possível resultado de uma eleição, a bolsa cai e assim por diante. Entenda que PREÇO é diferente de VALOR e o mercado acaba reagindo a fatos que, na maioria das vezes, não interferem no funcionamento das empresas na qual você tem suas ações.
Bom, o assunto é extenso e ficaríamos horas discutindo sobre isso. A ideia desse artigo era para te contar que, para ser um investidor e conseguir sucesso em seus rendimentos, um ponto crucial é desenvolver a sua inteligência emocional: sim, sobreviver e ter lucros no mundo dos investimentos é ser capaz de dominar sua irracionalidade e conseguir separar as notícias e fatos que realmente podem impactar seus ganhos. Na maioria das vezes, “não fazer nada” é a melhor opção. Um bom investimento é aquele que te permite dormir em paz: basicamente, só invista no que você conhece e sabe explicar.