Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Bom dia, caro leitor! Como está você? Esperamos que bem. Hoje o artigo será um daqueles chacoalhões bem dados porque, feliz ou infelizmente, as pessoas só acordam para a vida e mudam suas atitudes quando são incomodadas! E esse será o objetivo de hoje: INCOMODAR. Já estamos na metade do ano e a maioria das pessoas ainda está esperando um milagre acontecer para mudar de vida: nós já sabemos como essa história acaba - o milagre não acontece e as pessoas se conformam com uma vidinha sem realizações, sem ambição, em que a única coisa que importa é pagar os boletos da casa e as prestações da roupa da moda. Aquela viagem dos sonhos para a Europa não vai mesmo acontecer! E a culpa passa a ser do governo, de Deus, que não te ajuda, da sorte, do mundo...menos sua!
Esse final de semana, em uma roda de amigos falando sobre a vida, preços, bancos, etc., um deles disse “todo mundo hoje tem uma dívida para pagar”. É bem verdade que nem toda dívida é ruim e que quase 80% da população brasileira está endividada, mas ainda sobram 20% e é SUA DECISÃO fazer parte de um dos lados. Vamos ser francos: você já sabe que precisa gastar menos. Você sabe exatamente o que precisa cortar para sobrar mais dinheiro, ter uma reserva de emergência, etc. O que te falta é CORAGEM de fazer algo, de fato. E por que você não faz nada?
Porque você é um(a) MIMADO(a)! É isso mesmo, esse é o mal dessa geração: tudo é difícil! Basta olhar no mundo ao redor: vivemos epidemias bem piores do que o Coronavírus – obesidade, problemas desencadeados por estresse, famílias inteiras vivendo em prol de um celular, lares que não tem mais conversa, momentos juntos, diversão: cada filho no seu tablet (é o único jeito de acalmar a criatura, não é mesmo?); maridos inativos sexualmente, viciados em pornografia; esposas que compram compulsivamente por vingança ou como um pedido desesperado de prazer (já que não possuem lazer e qualidade de vida); degradação da saúde por hábitos ruins, por comer apenas comidas processadas, por viver à base de Ifood. Uma vida toda baseada no prazer do AGORA.
E é assim que você fica jogado no sofá (ou até mesmo mata horas de trabalho), seguindo pessoas com suas vidas perfeitas, magras e saradas, ricas e cheias de ostentação, alimentando seu ranço da alta sociedade porque você queria ter nascido “herdeiro” e não “guerreiro”. Quando olhamos para pessoas bem-sucedidas de verdade, aqueles bilionários que você defende que não deveriam existir, adivinha o que eles têm em comum: eles fazem a parte deles. Sabe o que isso significa? Eles acordam cedo, têm rotinas de estudos, leitura, treinos, alimentação saudável. Eles pagam um preço (e pagaram por muito tempo) que você não está disposto(a) a pagar. Você quer mesmo o milagre de ter uma vida assim, você não quer CONSTRUIR uma vida assim.
Seu cérebro está tão resistente aos neurotransmissores de prazer, graças às doses cavalares de drogas, álcool, videogame, comida processada e redes sociais que você consome, que passear no parque com sua família não supre mais sua saciedade. Você perdeu a noção dos prazeres simples da vida, então tem que gastar cada vez mais dinheiro e energia buscando mais e mais recompensas fáceis, enchendo seu guarda-roupas de coisas que você, sequer, vai usar. Fazendo mais e mais parcelas que não têm fim, em uma busca desesperada pela “felicidade”.
Sabe quando você vai conseguir ter uma vida financeiramente estável nesse cenário? NUNCA. Porque uma vida financeiramente segura e com liberdade de escolha custa – você vai ter que aprender a postergar recompensas e fazer o que precisa ser feito. Você vai ter que cortar gastos bobos, ter uma vida social mais simples, pedir menos Ifood. Você vai ter que resistir às vitrines do shopping e aos 30 aplicativos de compra que você tem no celular. Você vai ter que parar de entrar em sites aleatórios de compras e ficar montando carrinhos que você nunca conseguirá pagar sem fazer parcelas. Você vai ter que sair do automático, rever suas próprias escolhas.
E o mais difícil: você vai ter que admitir que errou ao comprar aquele carro dos sonhos em um financiamento que come 20% da sua renda mensal. E, ao decidir vender o carro, você vai sofrer pressão social dos amigos e da família, porque não tem mais como mostrar o quanto você é feliz e bem-sucedido. Você vai ter que abrir mão do status. É por isso que enriquecer e ter segurança financeira é algo que apenas a minoria consegue: o preço é alto.
Se você quer mudar de vida ainda em 2022, quer passar um final de ano mais agradável e com menos preocupações, quer pagar os impostos e contas de 2023 sem perder o sono, quer começar a realizar os sonhos que estão guardados e as viagens que deseja, você precisa rever sua postura AGORA. Pare de perder tempo e se mimar, comece hoje!
Tenha uma excelente semana.