Olá, querido leitor. Esta semana vamos tratar um pouco mais do tema finanças para negócios, algo que a maioria dos empreendedores – especialmente os pequenos – acabam negligenciando. Você sabia que quase metade das empresas quebram em menos de três anos? Esses são dados do IBGE, que trazem como desafios principais a falta de gestão, a dificuldade de recolher os impostos, a alta competitividade e a dificuldade em contratar crédito. Mas, infelizmente, este nem é o dado mais alarmante deste cenário: das empresas que quebram, metade dos empreendedores nem tem conhecimento se têm lucro ou prejuízo. Isso é reflexo da falta de inteligência financeira nos negócios, assunto que trataremos no nosso artigo de hoje.
É bem comum que, ao falar de finanças e negócios, as pessoas tenham o senso comum de que contratar um contador seria suficiente para organizar o dinheiro na sua empresa: isso não é verdade. O contador tem um papel muito específico na organização dos negócios e pode até ajudar na inteligência financeira e tomada de decisões, mas esta função é do dono. Ter inteligência financeira nos negócios é criar uma estrutura de organização financeira que vai alertar para possíveis problemas, vai ajudar a buscar caminhos de correção para falhas e planejar o crescimento. Gerir uma empresa sem conhecer profundamente seus números é como dirigir um carro às cegas – pode até ser uma Lamborghini, mas vai dar errado na primeira curva. Não existe gestão de empresas por intuição.
E tudo começa nas crenças. Por isso, neste artigo, queremos explorar alguns princípios que todo empreendedor deve ter nos seus negócios. O primeiro princípio é entender que o empreendedorismo é um caminho para enriquecer e não tem nada de errado ou imoral nisso. Infelizmente, nossa cultura nos ensina, desde muito cedo, o ódio ao dinheiro e a quem produz. Tudo o que acontece de errado no país é depositado na conta dos ricos. Não é errado ser ambicioso: é natural do ser humano desejar o melhor para si. O que é imoral é ser ganancioso e topar qualquer coisa para chegar lá. O limite entre a ganância e a ambição é a ética. Portanto, você pode desejar e buscar enriquecer sem medo de ser feliz (as pessoas vão te julgar de qualquer jeito).
O segundo princípio que queremos comentar hoje é que fazer dinheiro NÃO é enriquecer: é nisso que tantos empreendedores falham. Apesar de terem produtos e serviços excelentes, uma boa cartela de clientes, um bom faturamento, etc., a falta de gestão financeira adequada impede que esse empreendedor realmente enriqueça, faça sua empresa crescer de modo sustentável e saudável. No final das contas, são pessoas que vivem com a corda no pescoço para conseguir pagar todas as contas em dia e não conseguem tirar lucros compensatórios do seu negócio, gerando uma sensação de “nadar, nadar e morrer na praia”. Riqueza é sobre liberdade e segurança: um empreendedor que coloca seu foco em acumular bens pode virar escravo do dinheiro e ter que trabalhar até o dia de sua morte.
O terceiro e último princípio que queremos comentar hoje é sobre a gestão de riscos: não devemos evitá-los e sim gerir bem. Na nossa jornada de palestras e cursos, já ouvi de muitos empreendedores que preferiram estagnar a empresa em um patamar confortável, do que investir e crescer: isso é ter aversão ao risco. Pense: todos os dias, ao sair na rua, corremos o risco de sermos atropelados. Mas, nunca vi ninguém que deixou de sair por causa deste risco: criamos estratégias para diminuir essas chances – olhamos para os dois lados ao travessar, utilizamos a faixa de pedestres, preferimos atravessar com o sinal fechado. O mesmo acontece com uma empresa: você não deixa de correr riscos, você aplica inteligência financeira para administrá-los.
O assunto é longo: levaríamos uma página inteira do jornal apenas falando sobre princípios. Mas o problema é claro e os números não mentem: não existe gestão por intuição. Ter o melhor serviço e o melhor produto não vão te salvar da ruína se você não aprender a cuidar das finanças da sua empresa. Fica a reflexão. Excelente semana!