Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Arquivo Pessoal/ A Cidade)
Olá, caro(a) leitor(a)! Os reality shows e a internet estão aí para mostrar: quantas pessoas desejam alcançar a riqueza? Quantos desejam ficar milionários? Parece engraçado que tantas pessoas desejem enriquecer, alcançar sua liberdade e segurança, mas, a grande verdade, é que a maioria de quem pensa assim gostaria de gastar R$1 milhão em bens, comprando casas, carros e acessando facilidades. Poucos realmente sabem o que significa ser um milionário: é sobre o patrimônio.
Você nunca se perguntou por que o patrimônio das pessoas mais ricas do mundo varia? Por que o pódio da riqueza não é exato? Poucas pessoas sabem realmente o que significa possuir um patrimônio e, muito menos, sabem a diferença entre patrimônio bruto e líquido. Para falar de dinheiro e investimentos, este é um assunto bem básico e, por isso, será nosso foco do artigo desta semana.
Podemos definir o patrimônio como um conjunto de bens, direitos e obrigações, englobando tudo aquilo que pode ser medido em valores monetários. Os bens são tudo aquilo que possui valor econômico, ou seja, pode ser convertido em dinheiro. Eles podem ser classificados em:
• Bens tangíveis: tudo o que pode ser trocado (dinheiro, veículos, equipamentos, terrenos, etc.).
• Bens intangíveis: não existem fisicamente, mas representam valor (marcas, patentes, pontos comerciais, sites, etc.).
• Bens móveis: bens concretos que não são fixos ao solo.
• Bens imóveis: são fixos no solo (edifícios, terrenos, etc.).
Portanto, tudo isso engloba o conjunto “bens”. Além dos bens, o patrimônio engloba os direitos: são recursos em nome de terceiros, que podem ser cobrados. No caso das empresas, essas seriam as contas a receber. O patrimônio bruto é a soma de todos os bens e todos os direitos que uma pessoa possui. No caso dos grandes bilionários e milionários do mundo, isso é variável porque está ligado a empresas – é o que acontece com todo empreendedor: seu patrimônio pessoal está ligado ao valor da empresa. Como o valor de empresas varia (especialmente as que possuem capital aberto na bolsa de valores), o patrimônio dessas pessoas também não é exato.
Quando estamos falando de patrimônio líquido, precisamos descontar as obrigações, ou seja, o que é necessário pagar, como financiamentos, empréstimos e contas de consumo. Neste caso, é possível a existência de patrimônio negativo: quando as dívidas superam os valores dos bens e direitos (o que é bastante comum no Brasil, em que quase 80% da população está endividada).
Olhando para o mundo dos investimentos, muitas pessoas buscam multiplicar seu patrimônio. Mas, já sabemos que olhar apenas para essa variável pode ser muito falacioso: possuir um alto patrimônio, que não gera renda nem possui liquidez, não garante liberdade e, muito menos, segurança financeira. O que comprova isso é uma frase de Luiz Barsi, o maior investidor pessoa física da bolsa de valores brasileira: “patrimônio é ego, o que importa mesmo é dinheiro no bolso”. Barsi é conhecido por sua filosofia de investimentos, que prioriza o recebimento de dividendos, ou seja, a renda constante. É o que chamamos de renda passiva – aquela que não precisa do esforço do seu trabalho para cair na conta todos os meses.
Óbvio que o patrimônio é importante: os dividendos vão depender da quantidade de dinheiro investido. Porém, investir focando apenas em patrimônio é alimentar o ego e pode trazer grandes frustrações no sentido de construção de liberdade. Pense nisso! Tenha uma excelente semana!