Segundo distribuidor, média de aumento em Votuporanga, desde o dia 5 de setembro, é de cerca de R$ 5 nos depósitos do produto
Diogo trabalha na distribuição de gás há 13 anos e conta que o aumento na cidade foi de 13% (Foto: Gabriele Reginaldo/A Cidade)
Aline Ruiz
O preço do botijão de gás sofreu reajuste neste mês e a conta já ficou mais alta para o consumidor votupo-ranguense. O valor varia de R$53 a R$ 55, com o primeiro preço para retirada no depósito e o segundo para entrega nas residências. O anúncio do aumento de 12,2% foi feito no dia 5 de setembro pela Petrobrás para o gás de cozinha, vendido em botijões de até 13 quilos.
Diogo Borges de Oliveira trabalha na distribuição de gás há 13 anos. Em conversa com o A Cidade, ele afirmou que o aumento em Votuporanga foi de 13%. “É uma alta imposta pela Petrobrás, não é dissídio, haverá outro reajuste entre os dias 19 e 30 deste mês”, contou.
Em Votuporanga, o gás de cozinha estava sendo comercializado de R$ 48 a R$ 50 e foi repassado a R$ 55, uma média de R$ 5 de alta. “O motivo da alta foi de uma pesquisa feita pela Petrobrás de revenda de mercado e imposto pela empresa para os revendedores”, explicou Diogo.
Sobre o dissídio, Diogo ressaltou que o aumento pode ser aplicado do dia 19 até o dia 30 e deve ocorrer em uma faixa de 7 a 10%. “Com isso, o gás pode chegar a R$ 65 até no fim do mês de que vem em Votuporanga. Na capital, acredito que até dezembro os botijões serão comercializados a R$ 100”, completou.
Diogo frisou ainda que vários fatores contribuíram para o aumento do gás. “Não é só a alta da Petrobrás, é a alta do diesel e da gasolina, isso agrava o valor final do gás que temos que repassar”, comentou.
Quem acaba sofrendo com os ajustes são os próprios consumidores, que não têm para onde fugir, já que o uso do gás é necessário diariamente. “Vendemos em torno de 1.500 a 1.600 botijões por mês e o pessoal sempre reclama, porque não tem o que fazer, precisamos repassar o valor e eles precisam consumir”, disse.
Sindigás
Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) estimou que o reajuste para o gás residencial ficará entre 11,3% e 13,2%, de acordo com o polo de suprimento.
Como o aumento não repassa de forma integral a variação de preços do mercado internacional, a entidade calculou que o preço do produto destinado a embalagens até 13 quilos ficará 16,56% abaixo da paridade de importação. Segundo o Sindigás, isso inibe investimentos privados em infraestrutura no setor de abastecimento.
Em relação ao reajuste nos preços do gás industrial, para embalagens acima de 13 quilos, o Sindigás indicou que a variação será entre 2,4% a 2,6%, dependendo do polo de suprimento.
O sindicato externou preocupação com o reajuste para o gás industrial, porque “afasta ainda mais o preço interno dos valores praticados no mercado internacional, impactando justamente setores que precisam reduzir custos”.
De acordo com o Sindigás, esse aumento levará o valor do produto destinado a embalagens maiores que 13 quilos a ficar 39,94% acima da paridade de importação.