jornal A Cidade conversou com a delegada Edna Rita de Oliveira Freitas, responsável pela Delegacia de Defesa da Mulher de Votuporanga
Delegada da Delegacia de Defesa da Mulher, Edna Rita de Oliveira Freitas, falou sobre os desafios da carreira (Foto: Érika Chausson/A Cidade)
Érika Chausson
erika@acidadevotuporanga.com.br
No Dia Internacional da Mulher é impossível não relembrar de todas as lutas e conquistas das mulheres no decorrer dos anos, tanto no mundo quanto no país. Depois de muitas batalhas, o sexo feminino está se impondo e buscando seus direitos em relação à sociedade.
Também é imprescindível falar da violência praticada contra as mulheres e de suas superações no dia a dia. O jornal A Cidade conversou com a delegada Edna Rita de Oliveira Freitas, responsável pela Delegacia de Defesa da Mulher de Votuporanga, sobre a questão.
A delegada afirmou que, atualmente, as mulheres têm buscado os seus direitos e denunciados os casos de violência. “As mulheres têm procurado denunciar com mais frequência, ainda mais pelas delegacias que por outra forma. Elas geralmente se sentem muito à vontade para relatarem seus problemas para outras mulheres e se sentem acolhidas”.
Em muitos casos, acrescentou, as vítimas não querem fazer o registro da ocorrência, mas apenas ter alguém que as ouçam e que possam compartilhar suas dificuldades. “Na DDM são atendidas cerca de 10 mulheres ou mais diariamente, sendo a segunda-feira o dia de maior fluxo, sendo solicitadas cerca de três medidas cautelares diariamente”, explicou.
Conforme Edna exemplificou, as violências podem ser classificadas em diversos parâmetros: emocional (grande maioria e nem sempre identificável), psicológica, sexual e patrimonial (mais comum entre idosas). Também se tornou comum hoje a prática de violência emocional e psicológica virtualmente.
Questionada sobre o desafio em comandar uma Delegacia de Mulher, Edna ressaltou que a função da Polícia Judiciária é apurar fatos e obter provas, visando a condenação do autor. “Porém, na DDM, lidamos na maioria das vezes com a violência intrafamiliar e, como seres humanos, queremos a solução dos conflitos e não somente a punição do agressor. É frustrante ver uma família se desfazendo e não poder ajudar como gostaríamos”.
Após longos anos exercendo com excelência a função de delegada da Delegacia de Defesa da Mulher de Votuporanga, Edna encerrou avaliando que, hoje, seu maior de desafio é em relação a sua carreira. “Estou usufruindo de licença por motivos de saúde e meu maior desafio, atualmente, é decidir entre me aposentar ou voltar a trabalhar. Cuidar da saúde ou fazer o que gosto, que é trabalhar na DDM. Porém, o trabalho é excessivamente desgastante e nem sempre dá para separar da vida pessoal”, finalizou.