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Setor privado cobre lacuna do SUS e oferece vacina contra a Dengue em Votuporanga
Como adiantado pelo A Cidade, município não está na lista das cidades que receberão o imunizante neste ano, mas população tem alternativas
publicado em 27/01/2024
A enfermeira e responsável técnica da Clínica Protege, Haline Morato, esteve na Cidade FM ontem para falar sobre a vacina da Dengue (Foto: A Cidade)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Votuporanga, assim como todas as cidades da região noroeste do Estado de São Paulo, não foi inserida na lista prioritária do Ministério da Saúde para receber as doses da vacina contra a Dengue pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A doença tem feito cada vez mais vítimas na cidade, inclusive com uma morte já confirmada e outra em investigação, mas Governo priorizou municípios com mais de 100 mil habitantes, alegando dificuldades do laboratório contratado na produção de doses suficientes para toda a população.
Enquanto o SUS não consegue oferecer vacina suficiente para toda a população, o setor privado trabalha há anos para cobrir essa lacuna. Em Votuporanga, por exemplo, a Clínica Protege Vacinas e Cuidados possui em seu portfólio o imunizante Q-Denga, que é recomendado para a prevenção da doença causada pelos sorotipos 1, 2, 3 e 4 do vírus.
O imunizante pode ser administrado em pessoas com idades entre quatro e 60 anos. Segundo a enfermeira e responsável técnica pela Clínica Protege, Haline Morato, as únicas contraindicações são para gestantes, mulheres que estejam amamentando; crianças menores de quatro anos; adultos com mais de 60 anos; pessoas que vivem com HIV; e pacientes imunodeficientes.
“Os estudos demonstram ser uma vacina bem segura e com ótima eficácia no grupo da população que pode toma-la. O esquema completo prevê duas doses com intervalo de 90 dias entre cada uma. A vacina é eficaz e apresenta índices gerais de 80,2%, enquanto a eficácia contra as formas que requerem hospitalização é de 90,4%”, explicou a enfermeira em entrevista ontem à Cidade FM.
No ano passado, o Brasil bateu o recorde histórico de mortes causadas pela dengue: foram 1.094, número levemente superior ao maior registro anterior, 1.053 óbitos em 2022. Em 2024, já foram registrados 122 óbitos decorrentes da doença e 259 mil casos prováveis de dengue no país.
Já em Votuporanga, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, anunciou um novo pacote de ações contra a dengue que visa evitar um novo colapso no sistema de saúde, tal como ocorreu durante a pandemia de Covid-19, quando vidas foram perdidas por falta de leitos hospitalares.
A perspectiva alarmante de um novo colapso não é por menos. Só no início deste ano já foram notificados 380 casos de dengue, com um índice de positividade de 46%, ou seja, uma média de dez diagnósticos positivos por dia. Além disso, uma morte em decorrência da doença já foi confirmada e outra está em investigação.
A tendência, porém, é que esses números piorem muito com a chegada do período chuvoso.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
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