Postura tática, dedicação e boa fase tornam o atacante líder dentro e fora do campo; com 15 gols na A3, é principal arma contra o Taubaté
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
Dizem que um bom time de futebol deve ter sua “espinha dorsal”, formada por aqueles jogadores que em suas posições se tornam líderes naturais, dentro e fora do gramado. Na Votuporanguense, finalista do Campeonato Paulista da Série A3, um desses jogadores, incontestavelmente é o atacante Anderson Cavalo, artilheiro da competição com 15 gols. Por fazer bem a sua função, e também por se dedicar na marcação e ser um diferencial no esquema tático do time, o atleta será um dos mais visados pelo Taubaté, no domingo (24).
Com 28 anos, Anderson Aparecido dos Santos, o Anderson Cavalo como é chamado pelos colegas, nasceu em São Paulo, rodou por vários clubes e é um jogador experiente, com uma história vitoriosa no futebol. Para se der uma ideia, nos últimos três anos, carimbou no currículo três acessos (com o Marília em 2013, com o Grêmio Novorizontino em 2014 e com o CAV em 2015), sendo dois deles com títulos da divisão, além da chance de ser campeão novamente, agora com a Alvinegra. Nesse últimos três anos foram 63 gols em campeonatos do Estado de São Paulo, segundo dados da Federação Paulista.
No dia a dia da Alvinegra, o jogador é um dos mais extrovertidos do grupo, apontado pelo treinador Marcelo Henrique Dias como um líder, dentro e fora do campo. “Virou exemplo para todos nós”, elogia o comandante. Cavalo chegou ao CAV no ano passado, para a disputa da Copa Paulista, e admite que teve rendimento abaixo do esperado.
No início da temporada de 2015 ganhou espaço no time com a saída de Romário, e daí por diante não parou mais de balançar as redes. “Na Copa Paulista, criou-se uma expectativa muito grande na contratação e ele não foi o que a gente esperava. Procurei falar muito com o jogador, e com a saída do Romário, ele cresceu bastante. É um jogador que virou referência para os demais em termos de entrega”, disse Marcelo Henrique.
Ajuda na marcação
Além dos gols, Anderson é um dos atletas que mais corre em campo e auxilia na marcação, pressionando o adversário ainda no campo de ataque. E foram vários os gols da Votuporanguense na A3 de 2015 com jogadas iniciadas dessa maneira. Tanto, que é normal o atleta sair com a camisa do time (branca), quase sempre marrom nos intervalos dos jogos. “O treinador pede para ajudar na marcação e me sinto um jogador bastante solidário. Quando o time estiver um pouco cansado, volto para ajudar, para depois o companheiro retribuir e quem sabe, me deixar na cara do gol” destacou o artilheiro.
A função “extra” é elogiada pelo técnico. “Muitas vezes ele vem ajudar atrás e contagia os outros”. Como atacante, fazedor de gols, Marcelo Henrique também exalta o aproveitamento do atleta. “Corrigi bastante o posicionamento e o jogador entendeu o que pedi em termos táticos, para que ficasse bastante dentro da área, segurasse a marcação, que as chances de gol surgiriam. E é o que vem acontecendo”.
Para o jogo contra o Taubaté, domingo, às 10h, no Plínio Marin, o treinador espera uma marcação forte sobre o artilheiro, por vir de três acessos e ser bastante conhecido e respeitado na divisão. Por sua vez, Anderson Cavalo diz estar completamente focado para um bom desempenho na final. “Sabemos de como foi difícil na primeira fase contra eles, fora de casa. Agora é preciso ter atenção para tentar sair vitorioso. Acredito que a marcação em mim será dobrada. O adversário sabe que a bola está sobrando e que, graças a Deus, estou conseguindo fazer os gols. Não acredito que vão dar espaço, devem marcar em cima”, espera o jogador da Pantera Negra.
Gol memorável
Ao final da entrevista, questionado sobre qual dos 15, considera o gol mais importante neste ano pelo CAV, o atacante lembra o jogo do acesso contra o Grêmio Osasco. Cavalo empatou a partida no primeiro tempo, poucos minutos após a Alvinegra sofrer o gol. “A partida do acesso para mim foi a mais importante. O gol levou nosso time ao empate para posteriormente sair coma vitória”, lembrou Anderson Cavalo.