Para presidente, antes de se falar em contratação, atleta precisa voltar a jogar, provar que quer e que ainda tem condições de atuar
Passagem pelo CAV entre 2014 e 2015 deixa diretoria cautelosa; na época atleta chegou mal fisicamente e depois acertou com outro time
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
A reportagem publicada na edição de ontem do A Cidade caiu como uma bomba nos amantes do futebol profissional de Votuporanga. A entrevista com o grande ídolo do Clube Atlético Votuporanguense, maior artilheiro da história do time, com 30 gols, e que revela seu drama contra as drogas e a vontade de atuar um dia com o manto alvinegro teve repercussão, e trouxe dúvidas ao torcedor. Afinal, por que não contar de novo com o atacante no elenco do CAV?
Procurado pelo A Cidade, o presidente Marcelo Stringari se manifestou sobre o assunto. Primeiramente, o comandante deixou claro que, no momento, não existe nenhuma negociação aberta para a volta de Romário. Stringari também confirmou que ligou para o pai do atleta, mas segundo ele preocupado sobre a pessoa, e não o jogador Romário.
O presidente da Votuporanguense também demonstrou que há falta de confiança do clube no jogador, e isso se justifica pela última passagem do atleta. Em 2014, ele chegou ao CAV em situação física parecida, ganhou condicionamento físico e técnico, até que durante a disputa da Copa Paulista, o jogador “sumiu” e ficou uma semana sem dar notícias. Já no início de 2015, após se acertar com a diretoria, fazia parte do elenco que se preparava para disputar a Série A3.
Até que no dia 24 de janeiro, foi divulgada a notícia de que ele estava faltando dos treinos, até que no dia 27 o presidente declarou: “Romário não faz mais parte dos planos da Votuporanguense”. Na época, o motivo da saída seria uma proposta de transferência para outro clube, o Itumbiara, de Goiás.
Por conta disso, para um eventual retorno do atleta para a temporada de 2017, é necessário comprometimento e vontade, em atos, por parte do jogador, afirmou Stringari. “Hoje o futebol é muito sério. Ele já teve uma oportunidade de retornar, ficou um bom tempo parado, chegou a ir antes para uma clínica de recuperação, demos a oportunidade, mas ele não soube aproveitar. Não é a Votuporanguense que precisa tomar uma atitude. É o Romário. Ele precisa voltar a jogar futebol e provar que tem condições de voltar para Votuporanga. Nós já tentamos uma vez, em 2014, o buscamos e não deu certo”.
Stringari reforçou que “não é a diretoria que tem que ver se o Romário volta ou não. É ele mesmo que tem que arrumar a vida dele, começar a jogar em algum lugar e provar que tem condições de voltar para a Votuporanguense”.
O presidente do CAV mostra preocupação também com o risco que um eventual “resultado ruim” de uma contratação de Romário, por conta do planejamento já iniciado na Copa Paulista. “Não podemos correr o risco de estragar todo o trabalho, dinheiro investido e todo o planejamento que tivemos na Copa Paulista, pensando na Série A2, para trazer um jogador que pode dar problema. Ele tem que mostrar que mudou. A gente não tem como saber”.
Apesar disso, o dirigente valoriza a história de Romário na Votuporanguense. “Eu gosto muito dele, o diretor Paulo Ivaldi também. Só que ele tem que mostrar que mudou. Não adianta dizer que está curado, a gente gastar o que investiu da outra vez. Ele precisa mostrar que melhorou”, afirmou o presidente do CAV.