Mogi Mirim alega que funcionário da Votuporanguense enviou mensagem para o zagueiro Marcelinho oferecendo dinheiro pela derrota
Fábio Ferreira
A partida entre Votuporanguense e Mogi Mirim, realizada no último sábado (1), na Arena Plínio Marin, virou caso de polícia e agora deverá ser julgada pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) de São Paulo. Dirigentes do Mogi Mirim passaram a tarde de ontem na sede da Federação Paulista de Futebol (FPF), em São Paulo, para formalizar uma denúncia contra o CAV de tentativa de suborno a um jogador do Mogi no jogo vencido pela Alvinegra por 2 a 0.
Segundo o presidente do Mogi Mirim, Luiz Henrique de Oliveira, o zagueiro Marcelinho, que passou pela Votuporanguense em 2016, foi assediado pelo funcionário da Alvinegra, Anderson Negrini, que fez uma oferta ao atleta para entregar o jogo via mensagem de celular. O jogador não retornou a mensagem. Marcelinho esteve em campo durante todo o jogo e não se envolveu em nenhum lance polêmico.
No mesmo dia após a partida, a delegação do Mogi foi até a Delegacia de Votuporanga, mas somente registrou um Boletim de Ocorrência sobre o caso na tarde de ontem, na 5ª Delegacia DRADE de São Paulo, que é responsável por prática de delitos esportivos. De acordo com nota oficial do clube, o delegado responsável pelas investigações do caso é o Dr. Sério Alves.
Questionada sobre o caso, a Federação Paulista de Futebol respondeu em nota ao jornal A Cidade que “a FPF orientou o clube a registrar Boletim de Ocorrência para que as autoridades competentes possam investigar o caso e que paralelamente a isso, foi feita uma denúncia ao TJD-SP para apuração dos fatos”.
CAV desliga funcionário
Em contato com o presidente do CAV, Marcelo Stringari, o mesmo confirmou que o funcionário envolvido no caso foi desligado na manhã de ontem da Votuporanguense “O próprio Anderson pediu desligamento do clube e nós abrimos uma sindicância para apurar os fatos internamente. A Votuporanguense é contra qualquer tipo de manipulação de resultado, bem como condena atitudes desta natureza”.
O dirigente do CAV afirmou que em momento algum foi procurado pelo presidente do Mogi Mirim para esclarecimento dos fatos. “Assim que formos comunicados pela Federação já vamos tomar as devidas providências”.
Questionado se teme algum tipo de punição severa do órgão, Marcelo Stringari respondeu que não tem medo porque a Votuporanguense é isenta no ocorrido. “Foi um ato isolado e que nenhum membro da diretoria estava sabendo”, ponderou.
Advogado
Consultado pela reportagem, Elton Tatuí, advogado na área desportiva, comentou que assim como este caso há diversas outros que sempre terminaram com chororô de quem perdeu. “Tudo que envolve manipulação exige investigação. E precisa de provas, até mesmo uma mensagem de celular hoje pode ser manipulada”.
O advogado acredita que a Votuporanguense não corre riscos de ser penalizada com a perda de pontos na competição, mas o funcionário em questão poderá sofrer punições. “Perder pontos por isto não, mas o responsável pela troca de mensagens pode ser penalizado”.