O presidente da Alesp esteve ontem na Cidade FM para um balanço sobre sua gestão, mas não fugiu dos questionamentos sobre a política
Entre alguns números e anúncios, porém, ele não fugiu quando foi questionado sobre e política nacional (Foto: A Cidade)
Da redação
O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Carlão Pignatari (PSDB) esteve ontem na Cidade FM para um balanço sobre seu primeiro ano frente ao maior parlamento da América Latina. Entre alguns números e anúncios, porém, ele não fugiu quando foi questionado sobre e política nacional e alfinetou seu ex-companheiro de partido, Geraldo Alckmin, que está cotado para ser candidato a vice-presidente na chapa do ex-presidente Lula (PT).
Segundo Carlão, se este cenário se confirmar, será o fim da carreira política do ex-governador de São Paulo, que foi um dos principais críticos do governo PT ao longo de sua trajetória partidária.
“Ainda não conversei com o ex-governador sobre isso, mas se ele for realmente ser candidato a vice na chapa com o Lula vai ser um triste e melancólico fim de uma carreira política, na minha opinião. Ele combateu isso a vida inteira e vai provar o que eu sempre disse: ele só pensa nele. Acho que a gente tem que pensar no país, escutar as pessoas e não ir para uma eleição para disputar o tudo ou nada, acho que isso é uma coisa muito ruim. Espero que ele tenha serenidade e tranquilidade e não faça isso, mas se ele quiser fazer, vai com Deus, ele já saiu do PSDB e que seja feliz em outra agremiação”, alfinetou o deputado votuporanguense.
Ainda sobre política, o parlamentar enalteceu a figura do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB) que, no seu ponto de vista, é uma das figuras mais preparadas do ponto de vista administrativo.
“O Rodrigo é o sujeito que mais conhece de administração pública hoje no Brasil. Ele é jovem, estudioso correto e ajuda o governador a fazer uma gestão em São Paulo que é de extrema importância para o desenvolvimento econômico do nosso Estado. Tenho certeza de que ele será um grande candidato, que vai ganhar a eleição e que será um grande governador de São Paulo”, disse.
Em relação ao vice na chapa de Rodrigo Garcia, o presidente da Alesp afirmou que essa será a última coisa a ser definida antes das eleições e reforçou que já estão compostos com o PSDB o União Brasil (fusão do DEM com o PSL) e o MDB, mas até o pleito eles esperam ampliar a composição.
Confira os principais temas da entrevista do deputado
O senhor, por meio do Governo do Estado, trouxe para região muitos investimentos em infraestrutura. Quais foram as principais conquistas no seu ponto de vista?
O governo de São Paulo, só neste ano, teve mais de R$ 180 milhões investidos em obras de pavimentação, novas rodovias, recuperação de rodovias como a de Votuporanga até Nhandeara, passei nela ontem e há uma imensidão de equipamentos trabalhando, hoje um pouco incomoda porque tem que ficar parando mais é necessário ter paciência. Essa semana começou também a recuperação da estrada Parisi até Votuporanga e a gente espera que semana que vem já comece os outros trechos, como o de Mira Estrela e Indiaporã, isso tudo o governo vem fazendo investimentos.
Nós temos agora em fevereiro uma nova licitação de novas estradas, que são pontos que há 50 anos a região pede, que é a ligação de Palestina até Tanabi, que o asfaltamento já foi licitado a obra, então as pessoas não pegam terra mais e também do distrito de Duplo Céu até Pontes Gestal e de Gestal até Cardoso, isso são obras que vão melhorar o fluxo, o tráfego de veículos, oferecendo mais segurança e valorizando as estradas vicinais. Também estamos com projetos de ligar a cidade de General Salgado até Prudente de Moraes, que é uma reinvindicação antiga da população, com a estrada que liga Fernandópolis a Ouroeste. Em janeiro já começa a recuperação dessas estradas, tanto de Jales a Ouroeste, como a de Fernandópolis e a de Estrela do Oeste com a estrada que vai até o córrego do Feijão e Fátima Paulista, são vicinais que estão muito ruins.
E no setor da saúde quais foram suas principais conquistas?
O governo de São Paulo também aumentou recursos para à saúde para todas as Santas Casas da região, Votuporanga terá um aumento de quase R$ 600 mil por ano, que é uma conquista para sempre desde que cumpra o contrato que tem com o estado. O HB que é o nosso hospital referência, tinha R$ 45 milhões para à saúde, com o estado, vai passar para quase R$ 100 milhões, ou seja, o governo ano que vem investirá mais R$ 500 milhões só com programas de Santas Casas.
Apesar de ser presidente da Alesp, se percebe que seu trabalho é mais concentrado na nossa região. O senhor se considera um deputado distrital?
Eu nasci e cresci em Votuporanga, tive uma honra enorme de ter sido prefeito de Votuporanga por oito anos e fora isso, acho que temos que cuidar da nossa região, eu sou um deputado distrital, eu trabalho somente aqui na nossa região, não fico andando o estado todo por que não é o meu perfil nem meu papel. Tenho respeito pela minha região, eu saio daqui da minha comarca com metade dos votos que preciso para me reeleger, então entendo que é aqui que as pessoas precisam da minha ajuda e acreditam no meu trabalho.
Agora falando sobre o seu trabalho na Alesp, quais foram os projetos mais importantes que o senhor conduziu na Casa?
Como presidente da Alesp fiz alguns programas, como do feminicídio. Acho inadmissível ainda falarmos sobre isso, em violência contra mulher, inadmissível ouvir que o homem bateu na mãe, na irmã ou na esposa, então nós fizemos uma parceria com a sessão dos magistrados do Brasil, onde implantamos em SP aquele sinal vermelho do 'Diga não à violência doméstica' o X na mão, que virou um ícone de pedido de ajuda para as pessoas. Tem um projeto também que obriga os condomínios a denunciarem casos de violências domésticas. Eu estava vendo uma sessão da Câmara Municipal de Campinas, tinha uma vereadora negra fazendo um discurso e as pessoas com comentários de 'preta lixo', não é mais possível, a gente tem que respeitar, respeitar o LGBTQIA+, o negro. Acho um absurdo falarmos sobre isso ainda em uma época de informações e ainda há pessoas com a capacidade de maltratar alguém, isso é inconcebível.
Na parte econômica aprovei no dia 21 alguns projetos de redução de ICMS, principalmente na área da alimentação, espero que ano que vem possamos ter uma redução do preço que está, principalmente no açougue, para pagar 0,3% dos ICMS e espero que o consumidor final sinta isso. E também na área de adubo e produção agrícola, o milho, a soja, tudo está caro e queremos diminuir isso. O estado de SP é o único da federação que não cobra ICMS na parte rural, todos os outros estados cobram em torno de 12%. SP tenta fixar o homem no campo, investir na agricultura e na pecuária.
Recentemente a Rodovia Euclides da Cunha foi eleita a melhor rodovia do Brasil. Sente um orgulho extra por ter feito parte da conquista da duplicação?
Fiquei feliz quando recebi a relação melhores rodovias do Brasil, das 20 que estavam na lista, 19 eram de São Paulo e as 10 primeiras colocadas nove são concessionadas pela empresa e para nossa surpresa, a Euclides da Cunha estava em primeiro lugar, cuidada pelo Departamento Estadual de Rodagem. A Euclides da Cunha está boa, bem cuidada e deu para nossa região um desenvolvimento econômico
Na questão social também foram implementados grandes projetos. Qual a “menina” dos seus olhos?
Quando fui prefeito dizia o seguinte: 'não é possível administrar uma cidade sem parceria da sociedade civil'. Nós estamos fazendo um projeto piloto porque foi a primeira cidade onde a Prefeitura fará uma grande usina de energia solar, vai montar uma associação que será gerenciada pelas entidades assistenciais e elas podem abater sua conta de energia, isso é um recurso de R$ 2 milhões. As entidades serão muito bem atendidas por esse programa, está demorando um pouco para acontecer porque é o primeiro, mas o governo de São Paulo tem um interesse enorme. Também foi lançado o Bolsa do Povo, onde também estamos servindo na área social, contratação de pessoas na Frente de Trabalho, doação de absorvente íntimo, também tem o Vale Gás que é de extrema importância.