De acordo com a doula da Santa Casa, Fabiana Higa, benefícios do parto normal são muitos
Leidiane Sabino
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o índice de cesáreas não ultrapasse o percentual de 15%, sendo tolerável até o patamar de 25%. Por isso, há uma nova Resolução Normativa proposta pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que estabelece normas para o estímulo ao parto normal e a consequente diminuição das cesarianas. Na Santa Casa de Votuporanga, em 2015, a quantidade de cesarianas já é 11,4 vezes mais que os partos normais. Foram 55 normais e 627 cesarianas, o que corresponde a 91% do total.
Em 2014, o índice de procedimentos cirúrgicos foi de 6,8 a mais, 1480 nascimentos desta forma e 216 normais; já em 2013, o índice de cesarianas foi de 7,2 a mais, sendo 1.260 contra 175 normais.
O hospital tem um trabalho com doulas, que orienta as mães quanto aos benefícios do parto normal e também sobre a importância de escolher o melhor procedimento para cada caso.
De acordo com a doula da Santa Casa de Votuporanga, Fabiana Higa, os benefícios do parto normal são muitos. Primeiramente a recuperação de um parto normal é mais rápida, há um menor risco de infecções, hemorragias e outras complicações devido a cesariana ser uma cirurgia abdominal de grande porte. A perda de sangue no parto normal também é menor. A saída pelo canal vaginal provoca uma compressão no tórax do bebê, isso ajuda a eliminar o líquido amniótico das vias respiratórias, diminuindo assim o desconforto respiratório no nascimento. Outras vantagens são em relação ao vínculo imediato e intenso com o bebê.
Fabia contou ainda que, segundo o Sumário Executivo “Nascer no Brasil”, da Fiocruz (2014), 70% das mulheres iniciam o período da gravidez desejando o parto normal, mas que ao longo da gestação mudam de opinião: “Houve uma mudança da decisão em relação ao tipo de parto, que não pode ser explicado pela ocorrência de problemas e complicações. Isso sugere que a orientação no pré-natal pode estar induzindo a maior aceitação de cesariana”.
No mesmo Sumário há a informação de que as mulheres que optam pela cesariana, o fazem principalmente relatando o medo da dor do parto. Mas há outras justificativas, como a possibilidade de planejar a data de acordo com a praticidade e conveniência.
“O importante é a mulher estar consciente dos riscos que os dois tipos de partos estão sujeitos. Buscar essas informações e tomar as decisões sabendo sobre as recomendações mais recentes da obstetrícia, preconizadas pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde. As opções para alívio da dor no momento do parto são diversas. Podendo a futura mãe optar por métodos não farmacológicos (como massagens e posições de alívio) e também há a possibilidade de utilizar analgesias”, ressaltou Fabiana.
Para obter mais informações sobre gestação/parto e pós-parto, há o curso de Gestantes da Santa Casa Votuporanga, que será no dia 3 de junho, às 19h30, na sala de treinamentos do hospital.