Cantor que se apresentou na Concha Acústica na noite do domingo, expressou sua opinião sobre carreira, música e a difícil luta em garantir direitos autoriais com o avanço da tecnologia
Cantor esteve em Votuporanga no último domingo, dia 13/04
Karolline Bianconi
O cantor e compositor Arnaldo Antunes concedeu entrevista ao jornal A Cidade na tarde de domingo, horas antes do show, no Hotel Firenze.
Falou que era a primeira vez que estava na cidade e que todos poderiam esperar um show onde seriam retratados diversos momentos de sua carreira.
Arnaldo disse que o atual cenário da música brasileira é composto de diversos estilos musicais, e que cada artista tem sua proposta de trabalho, mesmo que não agrade a todos.
Ele disse que através da internet e o avanço da tecnologia ficou mais fácil de se gravar um CD, sem a necessidade de um estúdio profissional. Por outro lado, tem seu lado negativo. “Hoje a troca de arquivos é instantânea. É a democracia da informação circulado a cada minuto. É um desafio saber conduzir isso. Hoje não precisa mais comprar CD, mas sim, baixar as músicas e ouvir, de graça. Todos podem fazer seus trabalhos e divulgar, mas existe a necessidade de se reconhecer isso financeiramente, queremos receber pelas nossas ideias e iniciativa”, disse.
Ele contou que em seu último trabalho, cedeu quatro músicas (uma por mês) de seu mais recente trabalho, para que o púbico fosse conhecendo sua proposta musical. “Ao invés de lançar o CD de uma vez só fui mostrando aos poucos e tive o resultado que esperava”, disse.
Sobre as manifestações que ocorreram em 2013, Arnaldo comentou que é contra qualquer tipo de violência, mas ficou feliz ao ver a iniciativa de todos em lutar por um país melhor. Porém, em sua opinião, não existiu uma organização para que as pessoas lutassem por um ideal, tornando a iniciativa dispersa.
Tribalistas
Arnaldo esteve no projeto Tribalistas, ao lado de Marisa Monte e Carlinhos Brown, no início dos anos 2000. A união resultou em um único álbum lançado no Brasil em 2002. O álbum vendeu mais de 1,5 milhão cópias somente no Brasil. Recebeu cinco indicações para o Grammy Latino em 2003, ganhando um. Eles nunca se apresentaram junto e nem fizeram uma grande turnê, mas sim, somente em três raras exceções, sendo no Grammy Latino, no DVD Ao Vivo no Estúdio, e a terceira aberta ao público no Sarau do Brown.
Arnaldo disse que foi um encontro o projeto, e que a parceria de compor ainda permanece com Marisa Monte e Carlinhos Brown. “Não temos nada previsto, a gente sempre se encontra e faz um som”, encerrou.