Foi no ambiente de sobras que cresceu Pascale Mussard, diretora artística da marca.
O que sai da linha de produção do ateliê da renomada marca Hermès, em Pantin, na região de Paris, a grande maioria já conhece. São sapatos, carteiras, gravatas, lenços, joias, selas de cavalo e claro, as tão cobiçadas bolsas Birkins e Kellys. Mas o que fica lá dentro da oficina, o material descartado, pouca gente conhece o caminho. Foi no ambiente de sobras que cresceu Pascale Mussard, diretora artística da marca. Pascale na esperança de depositar as sobras que aumentavam a cada dia se dispôs a estar à frente da linha Petit h, uma oficina de reciclagem que cria móveis e objetos de design com os tecidos descartados pela marca Hermès. Com muita paixão, inteligência e criação, o resultado são peças poéticas, cheias de história, carregando qualidade, acabamento impecável e a originalidade de Hermès,
“Aqui os sonhos se tornam realidade para os criadores. Olhamos para os materiais sob um novo ângulo. É como se fosse um parque de diversões, só que sério”, disse Pascale em uma entrevista à revista de moda “ffmMag!”.
Quando criança, Pascale se encantava com o que encontrava pelo chão do ateliê e aproveitava para criar sua própria “linha” de brinquedos. Agora, mais de 30 anos depois, a brincadeira virou negócio. A palavra de ordem é recriar e assim, tudo ganha vida novamente.
Com a criação de artistas do mundo todo, Petit h é composta por 2,5 mil itens e os preços variam de 100 a 100 mil euros.
O maior intuito de Pascale é o mesmo que muitos que são à favor da recuperação e reutilização do descartado. Com um jeito diferente de olhar , ela tem a intenção de aproximar suas criações da clientela convencional e atrair muitas outras.
(curiosidade)
Pensando no futuro
Os ambientalistas do Greenpeace ranquearam as marcas de alta-costura que mais investem em processos sustentáveis de produção, analisando três fatores: origem e tratamento do couro, uso de papel nas embalagens e impacto ambiental da produção têxtil. A renomada marca italiana Valentino lidera. Confira a lista.
-VALENTINO – A marca implantou políticas de Desflorestamento Zero junto aos fornecedores de couro e papel, além do Descarte Zero em suas fábricas de tecido
-ARMANI – Segundo o Greenpeace, a maison italiana vai bem no quesito couro e embalagem, mas peca ao não adotar ações antitóxicas nos processos têxteis
-DIOR – A label francesa também precisaria rever o uso de recursos químicos em seus tecidos, mas vai bem no critério da embalagem.
-GUCCI – A companhia italiana se destacou em 2009 quando assinou o Tratado de Criação de Gado na Amazônia, o que ajudou a frear o desmatamento no Brasil
-LOUIS VUITTON – Bom retrospecto na cadeia de fornecedores de matérias-primas e embalagens da marca francesa. Falta dar mais atenção à produção dos tecidos.