Modelo começou a ser produzido no Brasil em 1973 e durou 20 anos; em abril o Chevette completou 45 anos de história
O Chevette completou neste ano, no dia 24 de abril, 45 anos de lançamento oficial à imprensa (Foto: Reprodução/Internet)
Da Redação
O Chevette foi o primeiro carro pequeno lançado no país e em abril completou 45 anos de história. O veículo deixou de ser fabricado pela General Motors do Brasil há 25 anos, em 12 de novembro de 1993, e deu lugar ao Corsa.
Segundo informações do Detran.SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), em Votuporanga, mesmo depois de anos, existem 225 registros no carro, que pode ser considerado como histórico. No Estado, são 221.398 veículos do modelo registrados.
O Chevette completou neste ano, no dia 24 de abril, 45 anos de lançamento oficial à imprensa. O modelo foi produzido na linha de montagem de São José dos Campos. Com destaque para o bom espaço interno e o baixo consumo, era ao mesmo tempo acessível para as famílias e atraente para os jovens.
Com o tempo, além da versão inicial sedan, sugiram a sedan quatro portas, a hatch, a picape Chevy 500 e a perua Marajó. Uma curiosidade: em 1979, foi lançado o Chevette Jeans, para o público jovem, com estofamento em... jeans.
A produção do Chevette durou 20 anos. O carro saiu de linha em 12 de novembro de 1993, dia em que a GM celebrou 1,6 milhão de unidades produzidas do modelo. Deu lugar ao Corsa.
Curiosidades sobre o Chevette
1) Ele também foi Opel Kadett
O Chevette é o avô do Kadett. Calma, não se trata de uma revelação de novela mexicana, a explicação está na mudança de nome aplicada pela General Motors no Brasil. Chamado de Kadett A, o modelo compacto ressurgiu na Opel em 1962 e, a cada nova geração europeia, adotava um sobrenome diferente: Kadett B (1965-1973), Kadett C (1973-1979), Kadett D (1979-1984) e, finalmente, o nosso Kadett E (1984-1991), feito no Brasil entre 1989 e 1998. Quando foi lançado por aqui, o carro foi vendido pela marca Chevrolet e antecipou o nome das configurações americana e inglesa (feita pela Vauxhall), lançadas posteriormente como Chevette.
2) Foi lançado antes no Brasil
Depois que a indústria automotiva brasileira ganhou importância estratégica, passou a ser mais comum vermos lançamentos que demoraram pouco para chegarem ou foram lançados no país antes mesmo de outros mercados. Há 45 anos, isso era bem mais raro. Qual não foi a surpresa quando o Chevette foi lançado no início de 1973, bem antes do Opel Kadett C, revelado no segundo semestre daquele ano. Foi o último Opel de tração traseira nesse segmento, então é natural que os fãs do alemão também acendam uma vela para essa geração.
Estrela global
Esse papo de carro mundial é mais antigo do que parece: tal como o Opel Kadett, o Chevrolet Chevette brasileiro, o americano e o inglês são apenas algumas de muitas variantes do mesmo Projeto T, criado para economizar em pesquisa, desenvolvimento e escala. O estilo e mecânica mudavam muito de acordo com os mercados e quase todas as marcas associadas ao grupo General Motors tiveram uma configuração do tipo. A japonesa Isuzu tinha o Gemini, vendido também pela australiana Holden, enquanto a GM canadense se virava com o Pontiac Acadian.
Tivemos nossos
Chevettes especiais
Outro formato de carroceria que gostaríamos de termos tido foi a Aero, versão targa construída em escala reduzida pela encarroçadora Karosserie Baur, de Stuttgart (Alemanha). Porém, tivemos algo parecido com o Envemo Targa, ou Minuano, uma configuração que não devia muito em estilo para o Aero original e foi a saída em uma época de importações proibidas. O modelo especial podia custar mais do que um Opala SS6, mas destilava estilo graças ao teto de vinil removível acima dos passageiros e depois da targa.
A inesquecível série Jeans
A Chevrolet entrou na onda dos carros de visual esportivo e jeito despojado com o Chevette Jeans, lançado em 1979. Adivinhe qual era o revestimento interno? Os bancos e laterais vinham revestidos no brim azulado, até os porta-objetos pareciam bolsos. Por fora, adesivos berrantes caracterizavam a série limitada, disponível apenas nas cores branca e prata.
Giugiaro já criou
seu próprio “Chevettão”
O Chevette também passou por alguma gourmetização em 1980, quando a Isuzu procurou Giorgetto Giugiaro e a Italdesign para criarem um substituto para o belíssimo 117 Coupé, cria do mesmo estilista italiano. Baseado sobre a “humilde” plataforma do Chevette, o designer criou o conceito Asso di fiori (Ás de paus) de 1979. Foi um dos maiores sucessos do Salão de Tóquio daquele ano e logo recebeu luz verde para a produção como o Impulse de primeira geração, sem grandes alterações. Não se tratou apenas de um rostinho bonito, o Impulse tinha tração traseira associada ao motor 2.0, que chegava a 135 cv na variante aspirada 16V e 180 cv na 2.0 8V turbo.
Vai um Chepala aí?
Quem dirigiu, sempre lembra do Chevette como um carro ágil. A tração traseira e entre-eixos curtos dão características restritas hoje a esportivos, enquanto o câmbio tinha engates razoavelmente precisos e a direção amplo ângulo de esterço e sensibilidade. A despeito disso, alguns poderiam achar tanto o 1.4 original quanto os 1.6 subsequentes pouco para o conjunto. Eis que Deus enviou o Chepala, quero dizer, alguns preparadores começaram a ver que a adaptação do motor do Opalão, em especial o 2.5 de quatro cilindros, não era bicho de sete cabeças para mãos habilidosas - os seis cilindros (como o acima) ainda exigem um pouco mais de magia. Fosse na pista ou nas ruas, os Chepalas foram os maiores exemplos de troca de motores da época.
Downsizing de raiz
Após tantos Chevettes esquentados, não podemos nos esquecer daquele que mais marcou os anos 90: o Júnior. Lançado em 1992, o popular foi criado para concorrer na fatia dos 1.0, beneficiados por pagarem um IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). A Fiat se virou rapidamente com o Mille, até porque já tinha um motor 1.050 cm³. Contudo, a Chevrolet teve que adaptar um projeto mais antigo. O motor 1.6 de 71 cv e 12,5 kgfm deu lugar ao 1.0 de apenas 50 cv e 7,2 kgfm de torque. A utilização de tração traseira e cardã acentuava a perda mecânica, o jeito foi adotar relações curtinhas. Até mesmo os vidros eram mais finos para tentar reduzir o peso. Durou pouco mais de um ano e foi uma maneira de ganhar tempo até o Corsa chegar em 1994.
(Com informações da
Revista Auto Esporte)