Refletindo sobre as pretensões do já encerrado pleito eleitoral de Votuporanga e região para o provimento de cargos para vereadores e prefeitos 2013/2016, os ânimos se exaltaram, houve especulações pelas ruas, organizações em praças, igrejas e clubes. Pareceu não haver outro assunto – as indagações sobre quem seriam os candidatos? Quais os mais capacitados? E os possíveis vencedores? tornaram-se os assuntos principais.
Vimos que dentro deste contexto, vislumbra-se desenvolver na política arte de governar e suprir necessidades de um povo estabelecendo-se leis e obras adequadas a sua subsistência. Por outro lado, observa-se a fé, arte ou capacidade de ver o invisível provendo as mesmas condições da política pela vontade sobrenatural.
Entretanto, segundo a palavra de Deus, nenhuma autoridade na Terra existe, se não foi dada por Ele; portanto, no caso do Brasil, todos os políticos eleitos dignamente ou não, foram permitidos por Deus. A Constituição de 1988 nossa Lei maior %obviamente que foi sancionada por autoridade humana sob a permissão divina.
Por um lado, temos a mão de Deus, e por outro, a participação do homem. O que, de certa forma, justifica a expressão popular: “A voz do povo é a voz de Deus”. Em termos políticos, vemos que, na prática, a Constituição possibilita a livre manifestação da vontade do povo no exercício de sua cidadania, mas em contrapartida, em algumas instituições religiosas, em certos partidos políticos ou organizações comunitárias e sociais, vê-se profundo contrassenso.
Muitos líderes constituídos por Deus ou pela democracia participativa, não sabem o que fazer em tempos de campanha política, cometendo erros irreparáveis à democracia social. Por sua vez, confisca o direito de escolha do cidadão induzindo-o a vender seu direito de escolha por algo, muitas vezes, sendo aquilo que o mesmo ainda não decidiu seguir, seja por ignorância, comodismo, rebeldia ou discórdia. Tal atitude abominável renega a própria vontade de Deus, seja do ponto de vista espiritual ou material de subsistência (CF/88).
Ocorre que, na prática, a grande maioria do povo são eleitores apolíticos: não sabem de seus direitos e muito menos de seus deveres, e, obcecados pelo imediatismo sentimental, delegam seus direitos de cidadania a terceiros, estes em sua maioria inescrupulosos, sem ética e obcecados pela ideia de poder. Suas vítimas acabam, assim, por continuar eleitores ingênuos, presas fáceis de lobos vestidos de cordeiros; estes, de microfones em punho, churrascadas, ofertas criminosas e sobre palanques, arrancam-lhes o cérebro inteiro e, consequentemente, sua autonomia pessoal.
Não podemos esquecer que o tráfico de influência é crime e a construção da cidadania é processo contínuo e permanente, que carece de respeito por parte daqueles que ocupam liderança em qualquer organização; pois a política é um projeto humano a as autoridades que a constituíram também foram permitidas por Deus. Seja para promover a justiça, seja para prover lições a seu povo, Deus já havia constituído a democracia desde a criação do mundo.
A suprema verdade“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” também serve para o direito de cidadania. Uma vez que ser cidadão com seu direito de escolha e reflexão é um projeto de César, as pessoas sábias ou cultas, crentes ou descrentes, líderes ou não líderes, possuem o direito de ouvir, refletir e olhar nos olhos de todos os candidatos ao pleito, sob pena de estarem sendo manipuladas e continuarem sem identidade humana e cristã, até mesmo para decidirem a quem devem seguir – a Deus ou ao Diabo.
Veja mais sobre este assunto na segunda e ultima parte de Cidadania, Fé e Política, onde finalizaremos aspectos sobre liderança, legalidade, Religião e compromisso com o desenvolvimento humano e social sustentável!
*Profº Clóvis Gonzaga é consultor sócioeducacional, palestrante e integrante do Partido Verde em Votuporanga