Em meio a conflitos e batalhas, nestes 80 anos, as Associações Comerciais do Estado de São Paulo, vem lutando pelos direitos dos comerciários e cidadãos brasileiros. Lendo a história das Associações Comerciais, entrei em um emaranhado de informações, as quais me destacavam uma única coisa, a importância dessas entidades de classe a frente do nosso País.
Um dos fatos que mais me chamou a atenção foi o Movimento Constitucionalista de 1932, onde as entidades como partícipes atuantes, lutavam em defesa dos valores e princípios das Associações Comerciais.
O idealismo movia a todos em torno da questão da constitucionalidade, com um verdadeiro espírito de união, que envolvia toda a sociedade paulista e acabou conquistando o apreço de outras regiões do País, que estavam conformadas com os desmandos do governo ditatorial.
Nesta época a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) teve o papel importante como elemento aglutinador das forças de combatentes e como porta-voz do anseio da sociedade paulista frente a um governo intransigente.
Já no início do século XX houve um processo acelerado da industrialização, da crise da economia cafeeira, do crescimento dos movimentos fascistas, comunistas, anarquistas e a greve dos trabalhadores que exigiam mudanças rápidas.
Nesta época a ACSP imaginava que o caminhar do conflito levaria a impossibilidade de crescimento da nação brasileira, mais a batalha continuava, para que melhores condições na economia fossem instauradas.
As mudanças de interventores sinalizavam para a tensão política do período, a falta de autonomia que estes possuíam para montar um secretariado e as diversas interferências de Getúlio Vargas no governo do Estado.
A ACSP enviou uma carta a Getúlio Vargas, a fim de exprimir as aspirações gerais das classes que representavam o País. A entidade representava a voz de numerosos dos mais representativos do comércio de indústria do Estado de São Paulo.
O desejo de todos era que o Brasil tomasse um rumo diferente, e lutavam fortemente por isso. Uma Assembleia Constituinte foi convocada em moldes liberais, essa situação era necessária para que fosse estabelecida a confiança econômico-financeira do País, bem como ficasse guardados os interesses morais e materiais mais prementes da sociedade brasileira.
Em 17 de fevereiro de 1932, foi publicado um manifesto das Associações de classe, pedindo a reconstitucionalização imediata, bem como o restabelecimento da autonomia estadual. A ACSP foi uma das que assinou o documento, que foi enviado para Getúlio Vargas.
Vale destacar que a ACSP sempre exerceu o poder moderador e conciliador, buscando assim um equilíbrio social, agindo em função de uma ação conjunta em prol da causa comum. Em 19 de maio daquele ano, foi enviado um telegrama a Getúlio Vargas, assinado pela Associação Comercial de São Paulo, onde pedia a atenção para a grave situação em que se encontrava o Estado, frente a crise da administração que se prolongava.
Getúlio Vargas respondeu ao telegrama, informando que o problema seria solucionado naquela semana. Ocorrendo isto, todas as demais entidades de classes sociais e concorrentes de opiniões do Estado ansiavam por ver organização do governo local para que se estabelecesse uma tranquilidade pública.
A cada mês que se passava a população juntamente com as entidades de classe estavam ainda mais unidas lutando pelas melhorias do nosso País. Hoje em 2012, percebemos que a batalha continua. E isso vem acontecendo ano após ano. As Associações Comerciais nunca pararam de lutar, permanecemos batalhando para o crescimento de um País melhor. Porém percebemos o crescimento em ritmo acelerado da economia, graças à força das Associações Comerciais que são legítimas representantes da nação brasileira.
*Rolandinho Nogueira é vice-presidente da 20.ª Regional Administrativa da Facesp