No próximo domingo estaremos definindo o futuro das nossas cidades. Pelo voto, expressão da cidadania, vamos escolher quem merece confiança para ser prefeito e indicar vereadores compromissados com a fiscalização dos atos do Executivo municipal em todos os aspectos da administração pública.
Os candidatos que vamos escolher por meio do voto secreto terão a grande responsabilidade de manter a qualidade de vida nas cidades, solucionar problemas estruturais e garantir a boa prestação dos serviços públicos de saúde, educação e transporte.
O voto é instrumento maior da democracia e a eleição seu momento mais importante. Por isso devemos ter critérios bem definidos para escolher os nossos representantes. Um bom começo é saber se quem merece o nosso voto tem a ficha limpa e apresenta uma plataforma de propostas sérias e exequíveis.
Outra forma é observar se o candidato é adepto do Pequeno Manual sobre Eleições, um conjunto de orientações redigidas em 64 a.C. pelo general e político romano, Quintus Tullius, para ajudar eleger seu irmão Cícero ao cargo de Cônsul, o mais importante de Roma naquela época.
O referido manual é atualíssimo porque identifica condutas políticas condenáveis e reprováveis que ainda perduram e devem ser obervadas na forma de agir dos candidatos. Vou citar apenas três “conselhos” do manual para ajudar na identificação dos que os adotam: “Para ganhar os eleitores indecisos você pode fazer-lhes pequenos favores; O candidato deve ser um cameleão, adaptando-se a cada indivíduo que ele encontra e deve mudar sua expressão e seu discurso quando necessário; Faça promessas de todo tipo”.
Não é muito difícil identificar quem está usando nestas eleições o manual escrito pelo general Quintus Tullius. Muitos chegam ao poder usando estratégias eleitoreiras e depois, ao não cumprir o que prometeram na campanha, causam a desmoralização da política.
Para ser limpa, a eleição depende do voto limpo e consciente dos cidadãos nos candidatos que se pautam pela ética e apresentam projetos que visam o bem comum, o interesse público.
A legislação eleitoral no país tem avançado para banir da política os que adotam o Pequeno Manual sobre Eleições, embora não seja uma tarefa tão fácil assim. Mesmo sem uma reforma político-eleitoral mais ampla, foi proibido a distribuição de brindes e os “showmícios” que, guardada as devias proporções, se assemelham aos “pequenos favores” do Pequeno Manual sobre Eleições.
Para acabar de vez com a interferência do poder econômico nas eleições, temos que continuar avançando. Por isso tenho defendido a adoção do financiamento público de campanha. Com recurso pré-definido para a eleição, o candidato terá de se esforçar mais e mais para conquistar o voto do eleitor sem artimanhas.
Enquanto não damos mais esse passo para o aperfeiçoamento da democracia, temos que analisar muito bem se as propostas dos candidatos a prefeito e vereador apresentam uma plataforma mínima de governança local para assegurar eficiência à gestão pública.
Daí a necessidade de sermos rigorosos e exigentes na cobrança de propostas e compromissos dos candidatos com a Plataforma Cidades Sustentáveis; com o empreendedorismo como prioridade de gestão; com a criação e pleno funcionamento de Conselhos Municipais (Meio Ambiente, Cultura, Educação, Saúde, etc.); com a elaboração do plano municipal de resíduos sólidos, com a educação ambiental e inclusão digital; com a ampliação e manutenção do tempo de permanência do aluno em sala de aula, com a compensação para quem mantém os impostos em dia; com a implantação do IPTU ambiental, dentre outros.
A eleição é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada para assegurar transparência e ética à administração das nossas cidades. Reafirmo minha convicção de que o seu resultado deve ser respeitado e que os eleitos unifiquem e liderem as cidades de forma responsável no planejamento do seu futuro com sustentabilidade e qualidade de vida.
Boa eleição, boa escolha!
*Arnaldo Jardim é deputado federal