As baterias esgotaram-se, as conexões da internet se foram. Para cerca de 5 milhões de famílias que chegam ao quarto dia sem energia elétrica por causa do furacão Sandy, só há realmente um meio que importa, e ele é o Rádio, um dos primeiros meios de comunicação de massa.
É uma sensação incongruente, em uma era de atualizações de status e “hashtags”, a rapidez e a facilidade com que as ferramentas que revolucionaram as comunicações - de fato revolução, mesmo fomentada - simplesmente deixarem de funcionar! E o que resta é uma versão estilo 1932, quando as famílias se reuniam ao redor do rádio, à espera de um pouco de informação, sobre onde ir ou o que fazer a seguir.
Essa é a realidade desta semana para milhões de moradores de Nova Jersey, Nova York, Connecticut, Maryland, Delaware, Pensilvânia, Virginia e West Virginia. Websites desapareceram e as baterias dos laptops esvaziaram-se em algumas horas. Mas, as torres de rádio, em sua maioria, são construídas para suportar ventos com força de furacão e ter geradores de emergência que podem funcionar de 8 a 10 dias com combustível. E se as baterias do rádio acabarem, pode-se ter outras em casa ou comprar novas na loja.
“É quase cômico - Eu estava assistindo a alguns meios de comunicação e eles estavam dizendo às pessoas para ir para o Facebook, e eu pensei, ‘Espere um minuto, quando a energia for cortada, dentro de 8 horas, a carga da bateria do seu computador se foi, sua internet estará desligada e o seu telefone, provavelmente, também. Com que você pode contar? “Com um rádio de pilhas”, disse Eric Rhoads, editor da revista Ink Radio, uma publicação de notícias da indústria do rádio.
Teremos de esperar semanas para que os organismos de pesquisas possam fornecer os resultados, no sistema Arbitron, pois os medidores eletrônicos precisam de energia elétrica para estimar a audiência do público. Mesmo assim, alguns dizem que não vai ser possível ter um quadro completo. Esses medidores eletrônicos precisam de energia, de modo que a Arbitron terá que realizar pesquisas telefônicas para ter uma noção completa de quem ouviu o que.
“Eu não sei quais são os números, mas eu imagino que eles são extremamente altos”, disse Michael Weiss, presidente de vendas da Rádio CBS. “As emissoras de notícias tornaram-se um utilitário em um momento de emergência. Nós estávamos falando hoje sobre onde você pode encontrar o gás.”
*Artigo de Michael Learmonth
Tradução e adaptação: Luiz F. Magliocca