Mesmo que alguns insistam em não entender, coisas interessantes estão acontecendo na área da saúde. Não estou comentando sobre remédios ou tipos de tratamentos, comento sobre os hospitais filantrópicos e suas dificuldades.
Quando o Brasil era menos pujante, quando ainda não havia essa euforia pela chegada de pessoas à classe média, quando as cidades eram menores, melhor, quando nem tudo era igual a esses tempos de comunicação rápida, muitas cidades construíram seus hospitais para a população ter um cantinho onde se acudir nos momentos de necessidade, e a vidinha ia passando. Quantas dificuldades muitos não passaram por terem de se dirigir aos grandes centros quando as complicações de saúde eram mais complexas? Todos que já atravessamos bons anos por essa vida, sem duvida, vamos nos lembrar do sofrimento de alguns.
Pois bem, passados os tempos, a população aumentando, uma constituição determinando o atendimento e o governo federal pagando menos do que custam os procedimentos, nossos hospitais encontram-se em situação financeira calamitosa. Quem já trabalhou em qualquer tipo de estabelecimento da iniciativa privada, com responsabilidades de compras de mercadorias, pagamento de tributos e salários, sabe perfeitamente que se as mercadorias forem vendidas por valores menores do que custou fatalmente o estabelecimento vai à falência, vai a “lona”.
Talvez, por esse motivo de dificuldades que se avolumam diariamente é que um movimento idealizado aqui na nossa região está se alastrando por todo o Brasil. Nove hospitais regionais, das cidades de Votuporanga, Fernandópolis, Jales, Cardoso, Nova Granada, Estrela D’oeste, Nhandeara, Tanabi e Riolandia, “peitaram” e convidaram em setembro outros de nosso Estado. Na ocasião, vieram para cá mais de 50. Percebeu-se ai que realmente a “coisa” era seria, muito s´wria. Emitiram cartas para os governos e no dia 10 de outubro, a imprensa cobriu por todo o território paulista as manifestações realizadas pelos hospitais. Tudo pacificamente, sem deixar de atender um único paciente. Um movimento de pessoas comprometidas com suas abnegações, ou sejam os diretores, conselheiros e irmãos, acompanhados em seus atos por profissionais da saúde, desde atendentes de hospitais a enfermeiros e médicos. Um lindo e exemplar movimento.
Agora, nesta segunda feira, dia 26, estarão novamente aqui em Votuporanga e, parece-me, com muitos outros hospitais que não haviam vindo da primeira vez, e de varias partes do pais. Deputados constituidos e dirigentes associativos nacionais virão para esse novo encontro. Tudo isso como a dizer: “PRESIDENTA DILMA OS HOSPITAIS FILANTRÓPICOS DO BRASIL ESTÃO DOENTES, POR FAVOR ACUDA”.
Finalizando, e pretendendo que os que se negam a entender acordem, saibam que os maiores beneficiados seremos todos nós, sem exceção. E, que entendam mais ainda: Saúde não pode ser motivo de demagogia, saúde é vida. Alguém quer coisa mais séria que isto?
*Nasser Gorayb é comerciante e colabora com o jornal aos sábados