*Prof. Manuel Ruiz Filho
Há mais ou menos dois mil anos atrás esteve aqui um Homem diferente de todos nós. Seu olhar e seu semblante tinham a beleza e o desenho da perfeição. Ninguém nunca conseguiu igual. Suas palavras diziam canções nunca ouvidas e sua voz só falava de amor. Seus gestos traduziam a paz que Ele trazia no coração. Caminhou pelos montes e campos, subiu as montanhas. Acendeu luzes nos olhos daqueles que se sentiam órfãos de claridade. Iluminou o sol dentro de cada um tornando compreensível a sua missão. Mostrou à Humanidade que depois da vida que se tem existe outra vida além. Fez cada um compreender que morrer não é o fim. Ressuscitou seu irmão Lázaro, encaminhando-se ao sepulcro dentro de uma gruta onde uma pedra enorme postava-se sobre ele. Tirai a pedra, disse Ele à Marta, irmã do defunto. Mas Senhor, meu irmão cheira mal porque está morto há quase quatro dias. Se creres, verás, disse o Homem. Tudo que aqui Ele deixou continua existindo e permanecerá por toda a eternidade. Onde pisou flores nasceram, olhos se abriram e feridas cicatrizaram. Suas palavras pregavam a verdade e mostrava os rumos que devia seguir a Humanidade. Assegurou Sua volta pelos mesmos caminhos, montanhas e campos onde plantou para colher os frutos de cada semeada semente. Prometeu chorar por cada embrião não frutificado e morto sem florescer. Em suas andanças explicou que não existe o tempo certo para o plantio. A oportunidade de sermos melhores bate à porta todos os dias. Sua árvore frutífera é a aceitação do bem dentro de cada um e quando nos propomos a isso colhemos os frutos dessa santa atitude. Sua missão consistiu em oferecer a possibilidade de salvação a todos quantos aceitassem seus ensinamentos. É isso que temos a fazer. Ao depararmos com pessoas necessitadas de ajuda precisamos oferecer nossos préstimos, nosso trabalho e nosso coração. Braços cruzados é prática do ócio e isso Ele repudia. A tarefa é nossa, de cada um. Foi isso que Ele fez. Não cruzou seus braços diante de tantas dificuldades e atropelos. Fez tudo e não esperou que outros o fizessem. Seu mundo foi construído para que todos usufruam de suas riquezas e que cada um contribua com a fraternidade que lhe é peculiar. Afinal, ninguém consegue ser alguma coisa sozinho. Somos frutos de uma sociedade que só é completa quando todos conseguem as mesmas oportunidades. Foi isso que o Homem pregou. É isso que Ele espera de cada um. Quem sabe neste ano que se descortina sejamos um pouco de Suas vontades.
*Prof. Manuel Ruiz Filho
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