Semana passada, passei “batido”, me desculpem, por favor.
Nos últimos artigos, tenho evitado escrever sobre fatos locais, principalmente os políticos, mesmo porque temos de considerar que estamos em começo de administração e não uma simples continuidade. Sem dúvida, o prefeito tem todo direito, mesmo que não concordemos com o todo, de fazer determinadas modificações na estrutura da Prefeitura. Também, por fundamento dos princípios democráticos, terá de administrar com uma Câmara onde existem novas pessoas. Tudo isso leva algum tempo para ser acomodado e entendido como as ações vão acontecer.
Mas, tenho percebido algumas movimentações que, mesmo sendo legítimas dentro da democracia, me permitem alertar para que tomemos o máximo de cuidado para que não extrapolem o bom senso e causem transtornos para a continuidade do desenvolvimento da cidade. Não estou me dirigindo a ninguém com exclusividade, porém, como a partir de 2016 abrem-se novas janelas na disputa municipal, tenho preocupação que os interesses eleitorais de alguns menos cautelosos possam prejudicar aquilo que sempre foi a nossa grande força: uma cidade pacificada e unida em prol do bem-estar geral. Um assunto para se pensar e, também, entendendo que não se pode cercear a liberdade de nenhum cidadão em seus legítimos direitos. O articulista não esta pretendendo defender ninguém e nem está autorizado para isto, apenas lembrando que Votuporanga precisa continuar sendo um exemplo de convivência politica.
Também, é bom lembrar que, na segunda-feira, aquele movimento das Santas Casas, que se iniciou aqui em Votuporanga, estará se repetindo em São Paulo, na Assembleia Legislativa. Este é um assunto muito sério, pois, diz diretamente sobre a assistência de saúde de toda uma população. Infelizmente, até este momento, o Ministério da Saúde não se manifestou sobre o assunto. Também, quando iniciamos o movimento ficou estabelecido que o próprio não teria cunho político, porém, em se tratando de assunto público da mais alta relevância o seu desenrolar a partir de agora já não nos cabe mais. Os Jornais Folha de São Paulo e Estadão publicaram matérias importantes sobre o assunto e, parece-me, a TV Cultura colocou o assunto em pauta e discussão pública. Como diz o Estadão, o problema é iminente e o caos pode acontecer. Consertar depois custará muito e, podemos perder Brasil afora muitas estruturas já prontas e funcionando, que demandariam anos para serem substituídas. Não é a pregação do apocalipse, é a verdade nua e crua sendo colocada para conhecimento de todos. Os hospitais filantrópicos, com receitas menores que suas despesas, vão parar em algum momento, não porque seus abnegados dirigentes assim o querem, mas porque não terão recursos para manter o atendimento. O povo brasileiro, graças a Deus melhorou de vida e, por isso mesmo, está se cuidando mais e, ao mesmo tempo em que nossa Constituição determina que saúde pública é responsabilidade do Governo. Portanto, meu caro Ministro, faça um esforço e acuda os Hospitais.
Aguardemos mais alguns dias para sabermos quais os resultados desse grande esforço e que realmente não seja necessária a politização da luta. Que todos se esforcem e façam parte dessa iminente necessidade, ou... seja lá o que Deus quiser.
*Nasser Gorayb é comerciante e colabora com o jornal aos sábados