Em 1971 era fundada, em Estrela D’Oeste, a Amop – Associação dos Municípios do Oeste Paulista, que teve como primeiro presidente o ex-prefeito daquela cidade, Clóvis Cotrim. A partir de 1977, quando assumi a Prefeitura de Santa Fé do Sul, participei ativamente e fui testemunha da vitalidade dessa associação. Nos últimos anos, no entanto, a tradicional entidade parou de atuar, deixando uma lacuna na representatividade regional.
A história registra que a Amop apoiou as principais bandeiras da região Oeste/Noroeste nas últimas décadas, com destaque para a construção da ponte rodoferroviária sobre o Rio Paraná (Roberto Rollemberg/Vicente Vuolo), entre Rubineia e Aparecida do Taboado, inaugurada em maio de 1998, a duplicação da Rodovia Euclides da Cunha entre Santa Fé do Sul e Mirassol, a ser concluída este ano, o incremento do turismo de água doce e a introdução de novas culturas agrícolas, como a seringueira e a uva, a partir da discussão de uma ampla diversificação agrícola.
Ser presidente ou dirigente da Amop foi, durante décadas, sinônimo de prestígio político junto aos governos de São Paulo e Brasília. Lembro-me da atuação destacada de homens públicos, como o saudoso ex-prefeito de Rubinéia Osmar Antônio Novaes, defensor da ferrovia como solução para os grandes problemas de transporte nacional.
Destaco o apoio incondicional de órgãos da imprensa sob o comando de jornalistas como Alcides Silva, Deonel Rosa Jr, João Carlos Ferreira, Alencar César Scandiuzzi, Chico Melfi, Antonio Carlos Camargo, Antonio Higa, Zeca Moreira, Claudinei Cabrera, Wanderlei Garcia e tantos outros (aqui já me penitenciando pelas omissões). Todos deram uma prova viva da importância do jornalismo cidadão.
Aos poucos a Amop foi definhando, deixando sem representatividade direta os municípios alinhados ao longo da Euclides da Cunha, nas microrregiões de Votuporanga, Fernandópolis, Jales e Santa Fé do Sul, e na linha da Feliciano Salles Cunha, entre Floreal e Ilha Solteira, rodovia que terá um olhar agudo da entidade que ressurgirá.
Entendo que a imediata revitalização e o fortalecimento da Amop teriam efeito catalizador, mobilizando segmentos da comunidade regional que, hoje, atuam dispersamente, juntando esforços em defesa de um projeto comum a ser gestado, defendido e implementado sob a batuta da tradicional associação.
A região de abrangência da Amop é privilegiada em termos de representatividade política. Temos três deputados federais e dois estaduais eleitos com grande votação nesta região, e outros tantos que aqui também conquistaram votos e espaço político. Como se vê a Amop tem condições de ressurgir com grande força política.
E temas palpitantes não faltam. Estamos ingressando agora no SFT com uma ação para contestar três ADINs, que podem tornar inócuas as conquistas obtidas para os ranchos de turismo no âmbito do Código Florestal. A duplicação da Euclides da Cunha abre novas portas para impulsionar o desenvolvimento da região, o que demanda um estudo amplo sobre potencialidades de exploração essa nova infraestrutura viária. Precisamos lutar juntos por melhorias na Feliciano Sales Cunha e outras rodovias regionais.
As Santas Casas estão à beira de um colapso, e dependem de nossos melhores esforços; a guerra fiscal na fronteira sufoca os municípios paulistas; o avanço da cana traz uma população flutuante que os pequenos municípios não comportam; as estradas rurais estão precárias. Em âmbito nacional, há que se lutar por um novo pacto federativo, que livre os municípios de encargos crescentes e aumente suas receitas.
Temos a promessa do Porto Intermodal em Rubineia e há a necessidade de modernização da hidrovia Tietê-Paraná. É necessário recuperar toda a malha ferroviária explorada pela ALL, investir em contornos em áreas urbanas e realizar estudos para a retomada do transporte ferroviário de passageiros.
Nossa proposta é que a Amop catalise esses anseios regionais e defina metas e bandeiras de trabalho a curto, médio e longo prazos, visando ao crescimento econômico sustentável, à exploração criativa de nossas riquezas naturais e artificiais (lagos), em busca da geração de empregos e do bem-estar dos nossos cidadãos. Para isso, propomos que, já na assembleia de ‘refundação’ sejam estabelecidas as prioridades a serem defendidas em São Paulo e Brasília.
Com a Amop fortalecida lutaremos juntos a boa luta. É o que coloco em debate.
*Edinho Araújo cumpre seu 9º mandato eletivo e é deputado federal pelo PMDB-SP