Dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Independentemente das homenagens que elas tanto merecem (deixo aqui meus parabéns e desejo felicidades a todas elas), a data tem também forte apelo comercial. Sua proximidade é acompanhada de inúmeras propagandas do comércio direcionadas ao público feminino. Porém, quantos dos que voltam seus esforços de marketing para elas fazem um discurso vazio ou realmente têm algo diferenciado a oferecer-lhes? Será que o varejista sabe vender para esse público?
Homens e mulheres reagem de forma diferente a estímulos de consumo, portanto os desiguais devem ser tratados de forma desigual.
As mulheres são mais detalhistas que os homens, gostam mais de comprar, ato que para elas é uma experiência mais rica e demorada do que para eles. Envolva-a em uma boa conversa, em um ambiente bonito e agradável e a possibilidade de sucesso aumenta.
Elas prezam muito o atendimento e falhas são capazes de minar o relacionamento com a loja. Levantamento da empresa de pesquisa Sophia Mind aponta que 41% das mulheres vão embora do ponto de venda e não retornam por conta de mau atendimento. E mais: 23% não compram e ainda falam mal do estabelecimento nessa situação. Portanto, o vendedor ou vendedora tem de fazer o papel de consultor pessoal, mostrar sensibilidade no trato e paciência para agradá-la, nem que seja para mostrar todo o estoque da loja para a cliente.
As mulheres precisam ser atraídas pela vitrine (vale para comércio virtual também), que deve apresentar combinações de roupas e acessórios e variadas opções. O visual é fundamental para conquistá-las. O aspecto sensorial faz diferença, pois a consumidora quer se envolvida naquele ambiente.
Engana-se o varejista com a ideia ultrapassada de que o público feminino só compra itens de valor baixo. Elas são relevantes consumidoras de produtos de luxo, carros, imóveis e artigos eletrônicos.
O comerciante que quiser aproveitar o Dia da Mulher para impulsionar seu faturamento precisa estar atento a esses aspectos. Tratar o sexo feminino de forma especial é o que faz a diferença entre o mero discurso e a real oferta de um diferencial.
*Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP e mestre doutorando em Ciência Política pela USP-SP