Recanto das Flores, 5 de abril. Estou escrevendo daqui hoje, que é de onde pretendo escrever os próximos artigos. O ambiente me proporciona mais tranquilidade para pensar melhor. E, já, septuagenário, arrumei outra “luta” e, essa, entendo ser uma das mais louváveis que participo.
Estou me referindo a luta pela Tabela do SUS. Começou aqui e se espalhou pelo Brasil. Na segunda, dia 8, boa parte dos hospitais filantrópicos estará simbolicamente fazendo um protesto para sensibilizar as autoridades sobre a baixa remuneração dos tratamentos e procedimentos. Um dos grandes Hospitais que faltava era a Santa Casa de São Paulo, que aderiu nesta semana. Na segunda, o Conselheiro da Santa Casa de Votuporanga e deputado estadual Carlão estará lá em São Paulo apoiando os diretores daquela Santa Casa, quase com certeza, a mais importante do Brasil.
O articulista está empolgado com o Movimento, não por ser só de nossa cidade, mas porque estamos a partir de Votuporanga, esse lindo município, acionando o povo brasileiro em defesa de um direito básico.
Até este momento por ser o presidente do Conselho de nossa Santa Casa, tenho sido comedido nos comentários, porém, já a partir da próxima quarta-feira estarei fora do cargo, em obediência ao que dispõe o Estatuto. Democracia é isso aí, chegou a hora de pegar o boné do cargo e permitir espaço para outro. A partir daí, sem a preocupação de ferir os anseios do hospital, poderei estar mais contundente no assunto saúde. Não concordei nunca com a desculpa de alguns pilotos de escrivaninha de que falta gestão aos hospitais, pois, qualquer administrador de capacidade mediana sabe que isso é fácil de resolver através de auditorias e fiscalizações, pelos órgãos competentes. Não é possível que aqueles que agem com decência e transparência, à exemplo dos oito competentes diretores gratuitos de nosso hospital, paguem pelos “incautos”. Portanto, gestão mesmo acho que está faltando a esses tais de órgãos competentes. Se muitas pessoas pensarem sem sectarismo, vão verificar que não estou errado. Depende do entendimento de cada um e que, se não for “adoidado e corporativista”, merece o nosso respeito.
Mas, como o meu mandato esta encerrando fui a Santa Fé e Jales visitar os AMES dessas cidades, administrado pela nossa Santa Casa. Fui para agradecer o esforço daqueles funcionários e a forma dedicada como atendem os pacientes. Fui para prestigiá-los e me surpreendi, sai prestigiado. Foi comovente e agradeço o carinho.
Ao ficar nestes quatro anos como presidente do Conselho de nossa Santa Casa, sem entender das coisas de saúde, apenas com a pequena experiência de vendedor de gasolina, automóveis e administrador de empresas (com prática), sempre me senti orgulhoso e honrado. É o mínimo que poderia fazer pela comunidade onde passei a vida que tenho até hoje. A todos meus quarenta companheiros do Conselho deixo meu carinho, abraço e, sem dúvida, respeito por suas posições sempre claras, justas e corajosas. Ao Luiz Fernando (Torrinha), provedor, apenas uma frase simples: Cumpriu galhardamente com a missão meu jovem amigo.
Aos irmãos da Santa Casa, um simples e singelo: Obrigado.
*Nasser Gorayb é comerciante e colabora com o jornal aos sábados